Paraná planeja vacinar 100% do rebanho de gado em 10 dias

  Arquivo / O Estado
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Cerca de 80 propriedades rurais
estão interditadas no Paraná.

Londrina (AE) – O secretário de Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, afirmou nesta segunda-feira que prefere "ser julgado por excesso de zelo do que por omissão". O comentário do secretário foi uma resposta à direção da Sociedade Rural do Paraná (SRP) que, na sexta-feira, contestou, por meio de Relatórios de Visitas, a existência de focos de aftosa no Estado. O governo do Paraná pretende que 100% dos animais estejam vacinados já nos primeiros 10 dias da campanha de vacinação, que começa amanhã.

No dia 21 de outubro, a Secretaria de Agricultura comunicou a suspeita de aftosa em 19 animais distribuídos em quatro propriedades rurais. Esses animais haviam sido comercializados durante a Eurozebu, promovida em Londrina pela SRP. Os exames nos animais suspeitos, a cargo do laboratório do Ministério da Agricultura de Belém, não foram conclusivos. O laudo definitivo, depois de vários adiamentos, é aguardado para esta semana.

Pessuti participou hoje (31) de encontro com pecuaristas promovido em Londrina pela Secretaria de Agricultura para alertar sobre a necessidade de ser observada a vacinação contra a aftosa, cuja segunda etapa do começa nesta terça-feira e se estende até o dia 20.

Segundo o secretário, as críticas contra as medidas adotadas após a comunicação da suspeita de aftosa no Estado obedecem às normas sanitárias internacionais. "É melhor ter prejuízo durante um mês do que nos próximos dois, três anos caso seja comprovada a presença da aftosa no Estado", argumentou.

Cerca de 80 propriedades rurais estão interditadas no Paraná, o leite in natura das regiões onde há a suspeita da doença está sendo jogado fora – somente na cidade de Castro, nos Campos Gerais, 250 mil litros são utilizados diariamente como adubo – e o abate de gado caiu pela metade no Estado.

Somente Maringá, com 300 mil habitantes – uma das quatro cidades onde há suspeita da doença -, não registra prejuízos que comprometam suas finanças. Nas demais – Loanda (20 mil habitantes), Amaporã (5 mil) e Grandes Rios (8 mil) -, a atividade agropecuária é a principal fonte de renda e está estagnada desde o dia 21 de outubro.

Os prefeitos dessas três cidades ameaçam declarar estado de emergência, segundo a "Folha de Londrina". A informação não pôde ser confirmada nesta segunda-feira porque as prefeituras interromperam o atendimento, em protesto contra a redução dos repasses pelo governo federal do Fundo de Participação dos Municípios. O protesto teve a adesão de mais de 300 dos 399 municípios do Paraná.

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