Palocci se mantém calado após eleito para a Câmara

O ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho (PT), que voltará à Câmara Federal, mantém o seu silêncio da campanha mesmo depois de eleito deputado federal. Os promotores do Ministério Público Estadual (MPE) continuam analisando o relatório e o inquérito sobre suposto superfaturamento nos contratos de limpeza da cidade, podem denunciar Palocci e dar um parecer favorável ao pedido de prisão solicitado pelo delegado do caso.

Palocci não se manifestou ontem, dia da eleição, nem nesta segunda-feira. Mesmo com as denúncias de fraudes no contrato do lixo do município contra si e a responsabilidade pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, Palocci obteve a 25ª colocação em São Paulo para chegar ao Congresso, com 152.246 votos. Em seu reduto Ribeirão Preto, foi o quarto colocado com 16.187 votos.

Segundo o promotor Tiago Cintra Essado, por enquanto Palocci não tem foro privilegiado, o que deverá ocorrer apenas com a diplomação. "Isso não afeta o nosso trabalho", avisa Essado. "Se concluirmos que deveremos oferecer a denúncia, iremos fazê-la." O promotor Aroldo Costa Filho está analisando as 15 mil páginas do inquérito do lixo, mas uma posição final do MPE não deverá sair em menos de 15 a 20 dias.

Apoios

Alguns dos eleitos já começam a fazer articulações para o segundo turno da eleição presidencial, como Antônio Duarte Nogueira Júnior (PSDB), que trocará uma cadeira na bancada estadual por uma federal. O primeiro colocado em Ribeirão Preto foi Nogueira Júnior, ex-secretário da Agricultura do então governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 41.653 votos (170.319 no total), que já articula apoios na região ao candidato tucano no segundo turno. Ele já iniciou alguns contatos com os eleitos da região de outros partidos na busca de apoio à candidatura de Alckmin.

De Franca, Mauro Aurélio Ubiali (PSB), com 84.175 votos, chegou à sua primeira eleição na vida. Embora tenha preferência por Alckmin, espera a posição do partido, que fez várias alianças com o PT. Outro deputado federal da região reeleito, de São Carlos, com 117.285 votos, é Lobbe Neto (PSDB). O deputado estadual Rafael Silva (PDT), reeleito com 68.092 votos para o quarto mandato, declarou ter "simpatia por Alckmin", julgando que o tucano "não é bandido, é digno", mas que conversará com a direção do partido amanhã. O seu colega de partido, Fernando Chiarelli, que teve 34.461 votos, mesmo suplente já está decidido: não apoiará Lula nem Alckmin.

A vereadora de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PFL), foi eleita pela primeira vez para deputada estadual, com 140.702 votos (dos quais, 98.403 em Ribeirão). Ela foi a oitava no geral e a primeira mulher em votação. Baleia Rossi (PMDB), de Ribeirão, com 64.000 votos, foi reeleito. Franca tem dois eleitos: Gilson de Souza (PFL), com 70.197 votos, reeleito, e Roberto Engler (PSDB), com 77.486. Ex-prefeito de Barretos, Uebe Rezek (PMDB), teve 52.587 votos e garantiu uma cadeira na Assembléia Legislativa, assim como Roberto Massafera (PSDB), de Araraquara, com 45.477 votos.

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