Paim vai elaborar substitutivo para aumento maior do mínimo

O primeiro-vice presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), vai elaborar um projeto substitutivo à medida provisória do governo propondo para o salário mínimo um aumento maior que os R$ 260,00 anunciados hoje. Paim quer a criação de uma comissão mista de deputados e senadores que estudem recursos do orçamento que poderiam ser usados para conceder um reajuste maior do salário mínimo.?Isso não será rebeldia contra o governo, mas um movimento em defesa de 120 milhões de brasileiros?, afirmou Paim.

O vice-presidente do PFL, senador José Jorge (PE), entretanto, considera quase impossível reverter a decisão do governo federal. A seu ver, criar uma comissão mista no Congresso seria só ?uma forma de tentar verificar se a sociedade absorve a péssima notícia que o governo está dando?. José Jorge defende que o PFL não integre tal comissão até que a PEC Paralela da
Previdência Social seja aprovada pela Câmara. No ano passado, a base do governo no Senado criou essa emenda constitucional, aglutinando todos os temas polêmicos, para garantir a aprovação da reforma previdenciária.

Da tribuna do Senado, o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), comunicou que seu partido apresentará emenda à medida provisória do salário mínimo propondo sua elevação para
R$ 280,00. ?Queremos discutir com seriedade a possibilidade de ganho efetivo do salário mínimo?, ressaltou Virgílio.

O líder do governo no Congresso, Fernando Bezerra (PTB-RN), saiu em defesa da equipe econômica do governo e do presidente Lula. ?O que foi proposto foi o que o governo entendeu como possível?, afirmou. Para cada real gasto com o reajuste do mínimo, o impacto nas contas públicas é de R$ 215 milhões, acrescentou o líder.

Fernando Bezerra disse, ainda, que o sonho de campanha do presidente Lula de dobrar o valor real do salário mínimo em quatro anos mostrou-se de difícil realização. ?A realidade encontrada no governo foi completamente diferente do sonho que Lula teve de dobrar o salário mínimo em quatro anos?, afirmou o senador.

O senador Tião Viana (PT-AC) também saiu em defesa do governo. Com o mesmo discurso do líder Bezerra, o senador acreano disse que o aumento de R$ 20 foi o possível. Reconheceu que a decisão ?foi difícil? para o presidente Lula, uma pessoa que, ao longo de sua vida, sempre defendeu os interesses do trabalhador.

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