Operação policial acaba com esquema mantido por traficantes no Paraná

Uma operação planejada pela Subdivisão de Pato Branco e pelo Serviço Regional de Inteligência da Polícia Militar começou na manhã de domingo (17) e seguiu nesta segunda-feira (18) para cumprir 26 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão contra acusados de envolvimento com tráfico de drogas no interior do Estado e nas cidades de Florianópolis e São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina. Foram presas 21 pessoas por crimes como associação para o tráfico e porte ilegal de arma.

No cumprimento dos mandados de busca, a polícia apreendeu quatro armas, farta munição, 3,2 quilos de drogas, oito veículos, R$ 20 mil em cheque e dinheiro, balanças de precisão entre outros objetos. A operação desestruturou um esquema que envolvia traficantes, ladrões de carros, falsificadores de documentos e estelionatários. A compra da droga era sustentada através da venda de veículos roubados no Paraguai e também com a compra de equipamentos de informática e eletroeletrônicos com cheques clonados.

?Certamente essa é a maior operação deflagrada no Sudoeste do Paraná e uma das maiores do Estado, para prender pessoas ligadas ao tráfico de drogas. As investigações começaram há três meses, quando percebemos a existência de uma grande rede de tráfico de drogas que atuava aqui e com ramificações em Santa Catarina?, relatou o delegado Luiz Gilmar da Silva, chefe da Subdivisão de Pato Branco.

Além dos policiais de Pato Branco, participaram da ação equipes da 19.ª Subdivisão de Francisco Beltrão, do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), do Comando do Policiamento do Interior da Polícia Militar e do 3.º Batalhão da PM de Pato Branco. ?Participaram 107 policiais da ação, que foi mantida em sigilo até o final da manhã desta segunda-feira, para que obtivéssemos sucesso no cumprimento dos mandados?, revelou o delegado.

Prisões

Na manhã de domingo, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão na cidade de Pato Branco. Foram presas 17 pessoas. A polícia apreendeu uma carabina calibre 22, uma garrucha calibre 22, uma espingarda, uma pistola calibre 380, farta munição, dois quilos de crack, 1,2 quilo de cocaína, 50 gramas de maconha, oito veículos, R$ 20 mil em cheques e dinheiro, balanças de precisão, dezenas de celulares, aparelhos eletrônicos e de informática.

Na manhã desta segunda-feira, a polícia cumpriu os mandados de prisão e de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Medianeira, no Paraná e nas cidades de Florianópolis e São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina. Quatro pessoas foram presas e, durante as buscas, foi encontrada pouca quantidade de cocaína e crack.

Segundo a polícia, as pessoas presas vão responder por associação para o tráfico, tráfico de drogas, receptação de veículos roubados e furtados e estelionato, e podem pegar até 15 anos de reclusão.

Ação da quadrilha

De acordo com a investigação da polícia, a quadrilha era chefiada por Valdecir Antonio Missel, conhecido como ?Tatu? e Valdecir dos Santos, ambos já condenados por tráfico de drogas. Eles mantinham uma organizada rede de comércio de entorpecentes, principalmente cocaína e crack, nas cidades onde foi deflagrada a operação. ?Esta organização criminosa contava com uma estrutura bem definida hierarquicamente?, contou o delegado. Segundo ele, o esquema era dividido em um comando ou ?célula intelectual?, que financiava a compra da droga, abastecia os traficantes menores de várias cidades e gerenciava vários pontos de droga destinados à venda direta a usuários.

Um grupo intermediário era composto por ?mulas?, que tinham a função de buscar a droga em Foz do Iguaçu e entregá-la ao comando, além de receptadores e estelionatários. ?Os receptadores agenciavam o roubo, o furto e a adulteração de veículos e os estelionatários a compra de mercadorias com cheques clonados?, explicou Silva. Em Florianópolis, era feita a adulteração dos veículos roubados para trocar por droga no Paraguai.

Por fim, existia ainda um grupo maior, composto por vários traficantes intermediários, denominados ?varejistas?, que, sob as ordens e supervisão do comando, eram encarregados de fazer a venda direta da droga aos usuários.

Segundo a polícia, a organização criminosa receptava carros roubados e furtados no Paraná e em outros estados, clonava e falsificava cheques e outros documentos que eram utilizados para compra de diversas mercadorias no comércio, principalmente produtos eletrônicos e de informática. ?Estes carros e mercadorias eram dados como pagamento na aquisição da droga, que posteriormente era distribuída para outros traficantes. Todo o esquema foi desmantelado com a prisão da maioria dos componentes dos grupos durante esta operação que podemos considerar um sucesso, devido ao número de prisões cumpridas?, concluiu o delegado Silva.

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