Operação Gabiru: PF prende 31º acusado de desvio de verba em AL

A Polícia Federal de Alagoas prendeu ontem à noite o último de uma lista de 31
envolvidos no esquema de desvio de recursos federais destinados à compra de
merenda escolar: o ex-prefeito de Japaratinga, José Aderson da Rocha (PTdoB).
Ele estava foragido desde a última terça-feira, quando a PF desencadeou a
Operação Guabiru. Depois de se apresentar à PF, o ex-prefeito foi conduzido ao
Instituto Médico Legal (IML), onde foi submetido a exame de corpo de delito. De
lá, ele retornou à carceragem da PF, onde estão prefeitos, ex-prefeitos,
secretários municipais e demais membros da quadrilha acusada de
corrupção.

Com base na análise inicial dos documentos apreendidos em 11
prefeituras, em residências e empresas dos acusados, a assessoria da PF revelou
que há indícios fortes que apontam o envolvimento de mais prefeitos,
ex-prefeitos e autoridades no esquema. "Nos próximos dias podem ser decretadas
novas prisões", informou o assessor de imprensa da PF, Fábio
Franciolli.

Ele confirmou que, com as prisões de José Aderson e da
secretária Cristina Maria Campos, todos os 31 mandados de prisão decretados pelo
desembargador Marcelo Navarro Ribeiro Dantas foram executados.

Os
depoimentos dos acusados continuam. Ontem, dezesseis pessoas foram ouvidas pelos
delegados que estão à frente do inquérito. Um deles foi o ex-prefeito de
Maragogi e ex-presidente da AMA, Fernando Sérgio Lira, que despertou curiosidade
ao passar algemado do primeiro andar da PF para o térreo do prédio. Outro que
prestou depoimento foi o ex-prefeito de Rio Largo, Rafael Torres, apontado pela
PF como o chefe da quadrilha. Orientado pelo advogado Welton Roberto, Rafael que
não respondeu a nenhuma pergunta, só fala em juízo.

Na tarde de ontem, a
presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Rosiana Beltrão, foi à
sede da PF visitar os prefeitos presos.

Ela estava acompanhada da
secretária de Articulação Política, Fátima Borges, e do gestor de Articulação
Colegiada, Pedro Alves. A maior novidade ontem foi uma determinação do
presidente do inquérito: os envolvidos serão ouvidos algemados. Segundo o
assessor de comunicação da PF, a justificativa é para acalmar "os ânimos dos
advogados" e garantir a segurança dos que participam dos depoimentos.

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