ONGs criticam abordagem da aids por candidatos

As organizações não-governamentais (ONGs) que trabalham na área de prevenção e tratamento da aids estão descontentes com a maneira como os candidatos da Coligação Lula Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL-PC do B-PCB-PMN), e da Grande Aliança, José Serra (PSDB-PMDB), tratam o assunto nas campanhas. Numa nota oficial divulgada hoje pelo Fórum ONGs/Aids, com 122 entidades, são feitas críticas indiretas a Serra e Lula.

O candidato da Grande Aliança a presidente é censurado por associar a imagem ao sucesso do programa nacional de aids, elogiado internacionalmente. A nota diz: ?As conquistas da luta contra a aids (acesso universal a medicamentos, ações de prevenção, políticas de direitos humanos etc) não são propriedade de nenhum candidato e, sim, resultado do movimento organizado da sociedade civil e de ações das três esferas governamentais ao longo dos últimos 15 anos.? Para os integrantes do Fórum ONGs/Aids, trata-se de ?oportunismo eleitoral? se apropriar de conquistas ?que não são de um único governo ou candidato?.

Segundo o ativista José Araújo Lima, do Grupo de Incentivo à Vida (Givi), ?o candidato não pode se esquecer da intensa mobilização que houve na sociedade civil, com manifestação de rua, pressões sobre o governo, para que essas medidas fossem adotadas?. Também há uma referência indireta ao candidato da Coligação Lula Presidente, que apareceu na publicidade eleitoral gratuita ao lado de crianças infectadas pelo vírus HIV. Também é ?oportunismo eleitoral?, segundo o comunicado, ?a exposição de pacientes com HIV/aids, em especial de crianças, em matérias de programas de TV e rádio em horário político e em reportagem jornalística?.

A nota foi aprovada numa assembléia do fórum realizada na sexta-feira (11), mas só foi divulgada hoje. Ao fim, as ONGs reivindicam de Lula e Serra que se comprometam, publicamente, a manter as conquistas até agora obtidas, com novas medidas. Para avançar mais, o projeto precisa: ?a real quebra de patentes; aprimoramento da rede de exames, ampliando e agilizando o acesso; acesso a todos os medicamentos para as doenças oportunistas; aprimoramento das campanhas e trabalho de prevenção?.

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