Onda de violência contabiliza 27 ataques no Rio

O balanço da onda de violência iniciada nesta madrugada no Rio de Janeiro aponta 27 ataques a ônibus, delegacias, carros e cabines da polícia. No total, 18 pessoas morreram e 25 ficaram feridas. O terror tomou conta de toda a cidade e atingiu ainda o Grande Rio e a Baixada Fluminense. No caso mais dramático, sete pessoas morreram carbonizadas e doze ficaram feridas depois que criminosos incendiaram um ônibus interestadual da Viação Itapemirim, na Avenida Brasil (zona norte)

Numa das ações, em que uma ambulante foi assassinada e seu filho de 6 anos baleado na cabeça, os criminosos deixaram um bilhete acusando o casal Garotinho de compactuar com milícias, grupos clandestinos de policiais que atuam em favelas. Essas quadrilhas expulsam traficantes, cobram proteção de comerciantes e exploram serviços como TV a cabo pirata e distribuição de gás. No texto, os criminosos prometeram um "Rio de sangue"

Nos atentados e confrontos entre policiais e criminosos, nove civis, dois policiais militares e sete traficantes morreram. Entre os feridos, 14 civis, oito PMs, dois bandidos e um policial civil.

O primeiro episódio foi registrado às 23h50, quando dois policiais militares foram cercados por vários homens, em dois carros, na Barra da Tijuca (zona oeste). Durante a madrugada, houve outros casos de violência em Botafogo, Campinho, Cidade Nova, Madureira, Grajaú e Del Castilho

De manhã, por volta das 10h, um policial foi morto com 12 tiros na Lagoa (zona sul). Em Mesquita, na Baixada Fluminense, dois criminosos foram mortos em ataque ao Posto de Policiamento Comunitário (PPC) do bairro Olinda. Ainda pela manhã, o PPC do Alto da Boa Vista também foi alvejado e um carro do Batalhão de Vias Especiais foi metralhado no Elevado da Perimetral, no Centro. Ao longo do dia, foram registrados ainda episódios na Vila Valqueire, zona oeste, e em Itaboraí, no Grande Rio.

Ao todo, doze ônibus foram incendiados pelos criminosos – oito foram queimados nas zonas norte e oeste do Rio, três na Baixada Fluminense e um em Niterói, no Grande Rio. Somente o caso da Viação Itapemirim teve vítimas – sete mortos e 12 feridos. Três suspeitos de terem participado do ataque foram presos.

Ao longo do dia, o pânico tomou conta da cidade. O comércio fechou em bairros como Taquara, zona oeste, Méier e Tijuca, na zona norte, e no centro. Empresas como a Petrobras e órgãos do governo liberaram os funcionários mais cedo. A polícia reforçou o policiamento em 12 favelas. Houve confrontos no Morro da Mineira, na zona norte, na Favela do Dique, zona oeste (um criminoso morto em cada favela), e ainda no Complexo do Alemão, onde dois policiais civis ficaram feridos.

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