Você quer crédito?

Em algum momento da vida, a empresa poderá ter necessidade de empréstimo para qualquer finalidade e esta operação poderá ser extremamente benéfica, desde que o(s) empresário(s) esteja(m) municiado(s) de uma série de informações e preparado(s) para distinguir se o momento é correto e qual o tipo de crédito mais apropriado.

Algumas considerações precisam ser feitas antes da decisão de ser um tomador de crédito:

A empresa realmente precisa? É por uma boa causa? Existe um projeto incrivelmente viável e com retorno certo ou é necessário fazer estoque para uma época de vendas altas, por exemplo? Existe um bom plano de negócios para analisar a viabilidade do investimento e a utilização do capital emprestado? Ou, numa hipótese pior, sem esse recurso você não tem saída?

Existe, na rede de bancos comerciais e financeiras, uma ampla gama de produtos destinados a capital de giro e financiamento de bens para empresas. À primeira vista muito parecidos, mas se olharmos de perto, quanta diferença.

Qual o foco de atenção principal, então?

Vamos lá:

Prazos – atentar para o fato que os bancos cobram taxas diferentes para prazos diferentes. Ex. para empréstimos a serem pagos em prazo de 1 a 12 meses, taxa de juros de 5,5% a.m. enquanto para prazos de 13 a 24 meses a taxa de juros é de 5,0%.

Tarifas – é o custo da operação, normalmente cobradas a vista, reduzindo o valor líquido a ser creditado para o tomador;

Tributação – impostos cobrados pelo banco e repassados para o governo. Por exemplo, o IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, cobrado também na contratação, reduzindo ainda mais o valor líquido da operação.

Taxas de juros – são o “X” da questão. É necessário verificar se são pré ou pós fixadas, quais os valores médios do mercado e quais são os indexadores (TJLP, TR, etc.)

Garantias – quais as garantias solicitadas pela instituição para liberação de crédito para sua empresa? As mais comuns são alienação fiduciária de bem financiado, aval ou fiança dos sócios, hipoteca de imóvel, caução de depósito, penhor etc.

É necessário também atentar para as políticas de crédito regulamentadas pelo Banco Central do Brasil.

Os linhas de crédito mais comuns no mercado são o Hot Money, desconto de cheques ou duplicatas, contas garantidas (cheque especial), financiamento de tributos e tarifas públicas, financiamento de carteira de recebíveis, ou simplesmente o financiamento de capital de giro.

Além dos custos já citados é necessário verificar também o impacto da CPMF no valor líquido, bem como o tempo que a empresa vai demorar para obter retorno do capital tomado em empréstimo, para verificar se o custo benefício é interessante.

Decidindo-se pela linha de crédito, taxas mais favoráveis, prazos adequados, resta não cair em armadilhas: inúmeros outros produtos agregados ao financiamento fazendo que você leve para a empresa um valor bem menor do que o imaginado inicialmente, chegando, às vezes a inviabilizar o projeto original.

Muitos dos produtos que serão oferecidos podem ser, sim, muito interessantes para a empresa e seus empregados, mas há que se decidir se este é o momento oportuno.

E lembre-se, se a empresa não estiver bem financeiramente, os cuidados deverão ser redobrados, pois já dizia o velho ditado: “Se você cair num buraco, pare de cavar”.

Joana Del Guercio

é consultora em Finanças Pessoais, realizando cursos e palestras abertas ou in company. Jornalista e gerente de banco por 4 anos, quando adquiriu a experiência que pauta seus artigos.E-mail:
joanaguercio@hotmail.com

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