Suíça entrega ao México dinheiro “criminoso” da família Salinas

Autoridades suíças entregarão ao governo mexicano US$ 74 milhões (R$ 119,1 milhões) retirados de contas bancárias da família do ex-presidente Carlos Salinas de Gortari.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (18) pelo Ministério da Justiça da Suíça, que liberou outros US$ 45 milhões (R$ 72,5 milhões) antes congelados aos titulares, pois não se determinou ilegalidade dessa parcela.

Mais de US$ 130 milhões (R$ 209,3 milhões) em contas suíças ligadas a um irmão do ex-presidente Salinas, Raúl Salinas, ficaram congelados à espera de uma decisão.

O dinheiro estava em contas na Suíça e em Londres congeladas desde novembro de 1995. Na época, os investigadores suspeitavam que a quantia podia ter origem no narcotráfico.

Ao liberar os fundos, o magistrado Paul Perraudin afirmou que se encerrava a participação suíça no caso. O comunicado do Ministério da Justiça afirma que o dinheiro entregue ao governo mexicano "tem claramente origem criminosa".

Ainda segundo o texto, as autoridades mexicanas investigaram as atividades de Raúl Salinas e outros em relação a possíveis crimes de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.

As autoridades suíças congelaram os fundos quando iniciaram, há 13 anos, um processo por lavagem de dinheiro. Na ocasião ficaram indisponíveis US$ 110 milhões (R$ 177,1 milhões) – sobre essa quantia foram aplicados os juros.

Segundo o Ministério da Justiça da Suíça, o governo mexicano enviou em dezembro de 2007 um pedido de liberação do dinheiro oriundo de crimes. "As autoridades mexicanas demonstraram, com o respaldo de documentos bancários e outros, como houve malversação de fundos públicos no valor então de aproximadamente US$ 66 milhões (R$ 106,3 milhões) e desvios de bancos domésticos", dizia a nota.

"Sobre a base dos processos suíço e mexicano, foi demonstrada a origem claramente delituosa desses bens, o que cumpre com os requisitos de pronta entrega".

Como as investigações não revelaram indícios de que os outros bens fossem de origem criminosa, o restante do valor foi restituído. O texto não identifica o solicitante, mas anteriormente havia sido divulgado que o dinheiro pertencia ao multimilionário mexicano Carlos Peralta Quintero. Segundo o juiz Perraudin, nenhuma parte do dinheiro voltou para a família Salinas.

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