Situação no Haiti continua frágil, diz representante da ONU

O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Haiti, Mariano Fernández, advertiu hoje que a situação no Haiti “continua sendo frágil” e “certos reveses” poderiam gerar uma nova crise.

Fernández propôs, ao discursar no Conselho de Segurança (CS) da ONU, uma redução gradual de 2.750 militares e civis da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), cujo número aumentou depois do terremoto, em janeiro de 2010.

A redução, indicou o funcionário, “terá que ser acompanhada de uma reconfiguração da Minustah para garantir uma resposta adequada às necessidades atuais, incluindo o apoio ao processo político, a consolidação da autoridade pública, o reforço da capacidade do Estado e o fortalecimento e criação de instituições que sustentam o Estado de Direito”.

Segundo Fernández, a “paralisia política” em Porto Príncipe, onde o presidente Michel Martelly ainda não alcançou um acordo com o Congresso para nomear um primeiro-ministro, “somente tem prejudicado a situação humanitária e tem criado tensões em matéria de segurança”.

A Minustah iniciou suas operações no Haiti em 2004 e é liderada pelo comando militar brasileiro.

Nas últimas duas semanas, a missão se viu envolvida em uma acusação de suposta agressão sexual a um haitiano de 18 anos. Cinco militares do Uruguai aparecem simulando um estupro em um vídeo gravado por uma câmera de celular. Os efetivos já foram repatriados e o presidente José Mujica pediu desculpas publicamente pelo ocorrido.

Ao mesmo tempo, as autoridades da América Latina que mantêm contingentes militares no país caribenho já anunciaram que pretendem reduzir sua presença no Haiti.