Países árabes pedem que Síria permita investigação

Os países árabes do Golfo Pérsico pediram nesta segunda-feira à Síria que permita uma investigação internacional para descobrir se crimes contra a humanidade foram cometidos durante a sangrenta repressão aos protestos contra o governo, o que indica o crescente isolamento do presidente Bashar Assad.

O Kuwait disse que estava fazendo o pedido como representante dos outros países árabes do Golfo Pérsico reunidos em uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito da Síria. O embaixador da Arábia Saudita também se mostrou entusiasta com a investigação.

“Nós pedimos a nossos irmãos na Síria que cooperem”, disse o embaixador do Kuwait na ONU em Genebra, Dharar Abdul-Razzak Razzooqi. “Estamos confiantes que a razão prevalecerá”.

O especialista da ONU para o Conselho de 47 países, Jean Ziegler, disse que a demanda para uma investigação na Síria poderá ser aprovada na reunião por causa do ímpeto obtido com o apoio dos países árabes. Mas ainda não está claro quantos países árabes apoiam a investigação.

O embaixador da Síria na ONU em Genebra, Faissal Hamwi, disse na sessão que seu país está “pronto a receber” uma investigação da ONU “em um futuro próximo”.

Ele afirmou que o governo da Síria é vítima de “uma tentativa de difamar nosso país” e de uma campanha de desinformação que tem como objetivo derrubar o regime, a qual incluiria “mentiras e o ódio da mídia de massas”.

A sessão começou apenas alguns dias após uma equipe de alto nível dos direitos humanos da ONU recomendar que o Conselho de Segurança da organização cite a Síria ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigação pelas supostas atrocidades.

Os investigadores da ONU dizem no relatório que as forças do governo na Síria podem ter cometido crimes contra a humanidade ao conduzir execuções sumárias, terem torturado prisioneiros e alvejado crianças durante a repressão aos manifestantes. As informações são da Associated Press.