Oposição pede liberdade a ativistas presos em Mianmar

O partido da líder oposicionista de Mianmar Aung San Suu Kyi marcou nesta sexta-feira (04) o Dia da Independência do país com apelos por sua libertação e pela soltura de ativistas detidos durante os protestos do ano passado. Dois jovens membros da Liga Nacional pela Democracia (LND), de Suu Kyi, foram detidos na véspera do feriado, aumentando para 97 os presos do partido, afirmou a porta-voz da liga, Nyan Win.

Cerca de uma dúzia de ativistas e membros do partido fizeram um protesto de dez minutos fora da sede da NLD, na maior cidade de Mianmar, Rangum. Vestidos com blusas e sarongues azuis – a cor do uniforme dos prisioneiros – eles simularam estarem sendo presos. Cerca de 300 membros da legenda, diplomatas e ativistas foram ao evento. Policiais à paisana gravaram a movimentação do outro lado da rua.

Não houve festividades públicas para marcar o 60º aniversário da independência da Grã-Bretanha, um movimento liderado pelo pai de Suu Kyi, o general Aung San, um herói nacional. A repressão aos protestos liderados por monges budistas deixou ao menos 31 mortos no ano passado, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). O número é o dobro do reconhecido pela junta de Mianmar. O enviado da ONU, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, também disse que 650 pessoas permanecem em custódia e 74 estão desaparecidas.

Comunicado

O chefe da junta de Mianmar, Than Shwe, pediu em seu comunicado anual cooperação da população para criar o que chamou de "Estado democrático disciplinado" e não mencionou a repressão aos protestos pró-democracia de setembro, uma ação que provocou revolta global. Mas Than Shwe afirmou que o governo militar fará reformas democráticas.

Ele lembrou que a constituição do país estava sendo escrita de acordo com "princípios fundamentais" delineados por uma assembléia constituinte, que se encerrou em setembro. Os postulados da assembléia querem que os militares mantenham papéis predominantes na política. Eles também impedem a líder detida da oposição Aung San Suu Kyi de ter um cargo público elegível.

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