Oposição indiana pode encerrar acordo nuclear com EUA

O futuro de um acordo sobre energia nuclear firmado entre Índia e Estados Unidos ficou incerto nesta quarta-feira (18). O motivo é que os indianos adiaram um encontro para discutir o tema com os comunistas, que se opõem ao pacto. O encontro agora está marcado para a próxima semana. Mas mesmo que ocorra, pode fazer pouca diferença para os que se opõem ao pacto, levantando dúvidas de que o texto possa ser aprovado antes de o presidente dos EUA, George W. Bush, deixar o cargo em janeiro.

Os funcionários dos Estados Unidos vêem a Índia como um contrapeso à China na região. O acordo permite o envio de combustível nuclear e tecnologia para a Índia, que nunca firmou acordos de não-proliferação e já testou armas atômicas. A Índia, em troca, permitiria inspeções internacionais em seu reatores nucleares civis. Para Bush, o acordo – resultado de dois anos de intensas negociações – seria um grande sucesso de política externa, em meio aos problemas com as guerras no Iraque e no Afeganistão.

Para o governo indiano, os benefícios seriam ainda maiores. Sua economia receberia um necessário reforço energético e seu programa de armas teria algum grau de legitimidade internacional. Mas os partidos comunistas, que garantem ao governo sua maioria no Parlamento, se opõem ao projeto. Para os comunistas, o pacto fere a soberania nacional.

Os EUA pressionaram, por exemplo, para que a Índia apoiasse a interrupção do programa nuclear do Irã. "Nós não acreditamos que esse acordo nos dê qualquer vantagem", disse Nilotpal Basu, alto funcionário do Partido Comunista da Índia. Após a saída de Bush, os Estados Unidos devem ser governados pelo republicano John McCain ou pelo democrata Barack Obama. Ambos afirmaram que concordam com o acordo, porém podem não fazer dele uma prioridade.

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