Justiça dos EUA devolve filhos a pais de seita poligâmica

Uma juíza ordenou nesta segunda-feira (2) o imediato retorno das mais de 400 crianças retiradas de um rancho mantido por uma seita poligâmica. O caso era um dos maiores envolvendo a custódia de menores da história dos Estados Unidos. A juíza distrital do Texas Barbara Walther confirmou o ganho de causa aos pais das crianças. Com isso, os responsáveis poderão retirar as crianças dos abrigos nos quais eram mantidas, em vários pontos do Estado.

A decisão judicial pede aos pais que permaneçam no Texas, para freqüentarem aulas sobre as responsabilidades com os menores. Além disso, as crianças serão examinadas e receberão visitas não programadas, como parte de uma investigação em andamento sobre supostos abusos. Na quinta-feira, a Suprema Corte estadual determinou que a magistrada revertesse a decisão tomada em abril que tirou todas as crianças do rancho e as transferiu para abrigos. A Suprema Corte rejeitou a alegação de que todas as crianças estavam em perigo, no que foi descrito como um círculo vicioso de abuso sexual de meninas do rancho. Metade das crianças levadas para os abrigos tinha cinco anos ou menos de idade.

A seita, chamada Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (FLDS, na sigla em inglês), negou qualquer abuso. Além disso, a entidade qualificou as decisões judiciais como uma perseguição a suas crenças religiosas. A FLDS uma dissidência dos mórmons, prega que a poligamia leva à glorificação e ao céu. A decisão desta segunda-feira (2) não impõe outras restrições aos pais, nem determina que eles abandonem a poligamia. Além disso, não os impede de retornar ao rancho em que supostamente ocorriam os crimes.

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