Irmandade Muçulmana diz que não trabalhará com militares

A Irmandade Muçulmana do Egito prometeu, nesta quinta-feira, manter sua resistência “pacífica” contra a derrubada do presidente Mohammed Morsi pelos militares. Um comunicado do grupo também tenta distanciar a Irmandade da tentativa de assassinato, ocorrida de quarta-feira, contra um graduado comandante do Exército na Península do Sinai.

O documento foi divulgado um dia depois de o governo militar egípcio ter intensificado a repressão contra a Irmandade, ordenando a prisão de seu líder espiritual, numa tentativa de sufocar a campanha do grupo pela volta de Morsi ao poder. O ex-presidente é mantido numa instalação do Ministério da Defesa, mas o local não foi revelado.

A Irmandade está indignada com a derrubada de Morsi e exige sua libertação e a volta à presidência do país.

“Vamos manter nossa resistência pacífica ao sangrento golpe militar contra a legitimidade constitucional”, disse a Irmandade. “Nós acreditamos que o desejo pacífico do povo vai triunfar sobre a força e a opressão.”

O comunicado da Irmandade também condena a tentativa de assassinato contra o major-general Ahmed Wasfi em Rafah, cidade da Península do Sinai, perto da fronteira com a Faixa de Gaza, afirmando que o grupo concorda com medidas pacíficas, em linha com o que diz serem os ensinamentos do Islã.

Homens armados numa picape abriram fogo contra o comboio de Wasfi na noite de quarta-feira. Os militares reagiram, informaram fontes. O comandante não sofreu ferimentos, mas uma menina de cinco anos morrem durante o confronto, disseram as fontes, que falaram em condição de anonimato. Um dos atiradores foi preso.

A Irmandade condenou os mandados de prisão contra Mohammed Badie e outros nove líderes do grupo por incitar a violência que deixou dezenas de mortos no Cairo na segunda-feira. O documento afirma que “a ditadura voltou” e que o grupo jamais vai trabalhar com o governo interino. Fonte: Associated Press.

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