Irlanda deve rejeitar Tratado de Lisboa, indicam ativistas

Contagens não oficiais indicavam nesta sexta-feira (13) que o "não" teria recebido substancial votação no referendo realizado ontem na Irlanda para que o país se posicione sobre o tratado de reforma da União Européia (UE) – o Tratado de Lisboa, o que pode colocar em risco a aprovação do documento. Ainda não há resultados oficiais disponíveis.

Legiões de ativistas políticos que acompanham as apurações e notificam partidos e grupos de pressão afirmaram que o "não" parece estar bem na frente nas áreas rurais e nas zonas urbanas de classe trabalhadora. Mas ministros de governo e a emissora estatal RTE informaram que os resultados apurados até o momento parecem irreversíveis.

A votação é acompanhada com atenção por todo o continente. Caso o "não" saia realmente vencedor, o Tratado de Lisboa – um calhamaço que em muitos pontos é difícil de ser compreendido – estará fadado ao fracasso depois de ter sido arduamente negociado por representantes dos 27 países que integram a UE, bloco onde vivem quase 500 milhões de pessoas.

O ministro da Justiça da Irlanda, Dermot Ahern, disse esperar que todos os demais 26 integrantes da UE aprovem o documento por meio de seus parlamentos até o fim deste ano. Isso deixaria a Irlanda diplomaticamente isolada, mas ainda assim com o poder de impedir que o tratado seja transformado em lei e forçando um período de novas negociações.

"Obviamente é desapontador. Está claro que houve uma votação substancial pelo ‘não’", admitiu Ahern. "Se acabarmos como o único país que não ratificou o tratado, isso certamente levantará questões. Estamos atravessando águas nunca antes navegadas", comentou.

O complicado documento – sucessor da falida constituição rejeitada em 2005 pelos eleitores franceses e holandeses – fortaleceria as instituições e as prerrogativas da UE em consonância com a rápida expansão política e econômica do bloco. Para ser convertido em lei, o Tratado de Lisboa precisa ser ratificado por todos os países da UE. Dezoito dos 27 países do bloco já o fizeram. Anteontem, Estônia, Finlândia e Grécia aprovaram o acordo.

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