Fed pode ser paciente com estímulo, diz Rosengren

O presidente do Federal Reserve de Boston, Eric Rosengren, disse neste sábado que o banco se tornou uma luz condutora no foco sobre como equilibrar os mandatos de inflação e emprego do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Ele também defendeu sua decisão recente de se opor à ação do Fed de reduzir seu programa de estímulo à economia.

No Fed de Boston, “nós sublinhamos os custos elevados relacionados de se estar abaixo do pleno emprego por um período longo de tempo”, afirmou Rosengren. Ao mesmo tempo, “nós argumentamos fortemente que os formuladores de políticas devem estar preocupados tanto com a inflação estar muito baixa quanto ela estar muito alta, tendo em vista o custo e a persistência da deflação que podem ocorrer”, acrescentou.

Os comentários de Rosegren fazem parte do texto de um discurso preparado para um painel de discussões, na Filadélfia. Ele disse no texto que o painel era notável, porque também incluía o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, e o presidente do Fed da Filadélfia, Charles Plosser. O presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, também estava previsto para participar do encontro, mas foi impedido pelo mau tempo.

Rosengren afirmou em seus comentários que o entendimento do Fed de Boston do também chamado “mandato duplo do Fed” explica seus votos contra duas decisões coletivas de política monetária tomadas pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Ele tem sido um dos defensores da ação agressiva para apoiar a economia e discordou na reunião de dezembro do Fomc quando o Fed decidiu diminuir o ritmo de seu programa de compra de títulos de US$ 85 bilhões mensais. Neste ano, Rosengren não tem poder de voto no comitê.

O presidente do Federal Reserve de Boston usou os comentários para explicar mais a racionalidade por trás de sua dissidência. “Com a taxa de inflação abaixo da meta e a taxa de desemprego significantemente acima da meta, nós acreditamos fortemente que os membros do Fomc têm a oportunidade de ser pacientes na retirada dos estímulos, acelerando o processo para alcançar os dois elementos do mandato duplo do Fed”, destacou.

Mas não foi o fato de a inflação estar bem abaixo da meta de 2% do Fed que levou Rosengren a se opor aos cortes no programa de compra de bônus do banco central. O desemprego ainda elevado continua a ser um problema no qual o Fed deveria centrar foco, de acordo com ele. “Mesmo se nós não atingirmos significantemente nossa meta de inflação, haveria ainda um argumento importante para a política monetária permanecer altamente acomodatícia”, disse. “O fracasso das políticas monetária e fiscal para gerar uma recuperação mais rápida ameaça criar um problema de desemprego estrutural de longo prazo além de uma grave recessão cíclica”, explicou o banqueiro central.

Alguns argumentam que a ação agressiva do Fed, por meio da compra de bônus e taxas de juros persistentemente baixas, pode criar desequilíbrios no mercado financeiro de uma magnitude que poderia causar um problema econômico mais amplo. Mas Rosengren discorda dessa visão. Segundo ele, “os riscos de gerar uma recuperação mais rápida parecem pequenos, se comparados com os riscos de gerar um aumento mais permanente do desemprego estrutural”. Fonte: Dow Jones Newswires.

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