Encontro de emoções

Surpreendi-me, outro dia, com inusitado convite: a Associação dos Amigos de Foz do Iguaçu, criada com a finalidade de reunir os nascidos e que moraram na bela e linda Foz do Iguaçu, comemoraria 20 anos de fundação, com a realização de um jantar-dançante.

De imediato senti agradável sensação, retroagindo meu pensamento para a minha infância, na querida cidade natal.

Recordei os primeiros estudos no saudoso Grupo Escolar Bartholomeu Mitre, com as minhas diletas professoras, dona Catarina, do Jardim da Infância, e dona Otília, a verdadeira formadora do meu intelecto.

Não é possível descrever tudo que passou pelo meu entendimento, porque o espaço seria pequeno…

Mas, cuidadosamente me preparei para aquele que seria, inegavelmente, o “encontro de emoções”.

Já o próprio convite era prenúncio de que isso, realmente, ocorreria, eis que registrava, à certa altura: “muita vontade de rever os antigos moradores, sendo alguns deles: as famílias do dr. Sílvio Cury, a dona Aglael M. Oliva, a dona Poroto, os Schimmelpfeng, os Ferreira, os Rodinski, os Portes, os Colombelli, os Bordin, os Fucks, os Gradelas, os Klein, os Lobato, os Pedroso, os Samek, os Moleda, os Mezomo, os Araújo, os Brandão, os Queiroz, os Magalhães, os Fardoski, os Brioschi, os Cabral, os Abadie, os Rafagnin, os Teixeira, os Schinke, os Brandalize, os Benzon, os Ferreira Dias… falta espaço para colocar todos os nomes”.

E, na realidade, o jantar-dançante propiciou rara oportunidade de abraços e mais abraços e muita confraternização.

Não me recordo, inobstante poucos dias tenham passado, com quantos conversei e dialoguei.

Mas não esqueço a emoção que de mim se apossou quando beijei as mãos e a face da minha tia Sirthe Sottomaior Schimmelpfeng, única da família e beirando noventa anos, com extraordinária lucidez.

Lembro, também, que na mesa que ocupei com minha esposa Maria Alice e alguns de meus filhos, estavam Doracy e seu marido tenente Risden, ambos filhos de antigos comerciantes, tais como meu saudoso pai, o padre Lotário Welter, um dos vigários de Piraquara, descendente de uma família integrada por cinco religiosos, três sacerdotes e duas freiras, além do ilustre juiz do Tribunal de Alçada Roberto Sampaio da Costa Barros, com sua consorte Marilda, e que judicou, por algum tempo, em Foz do Iguaçu, amealhando largo círculo de amizade.

Mas, Foz do Iguaçu, que é verdadeira metrópole, sede de Itaipu Binacional, a maior hidrelétrica do mundo, além das Cataratas do Iguaçu, uma das maravilhas do universo, legou filhos que se sobressaíram na comunidade paranaense.

No passado recente, forçoso é exaltar a figura do maior comercialista do Brasil, Rubens Requião, cujas obras jurídicas enriquecem as universidades e as bibliotecas.

No presente, não há esquecer Jorge Miguel Samek, político de realce, vereador em Curitiba e, hoje, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional.

Na pessoa desses dois ilustres iguaçuenses e de outros que construíram a grandeza de nossa terra natal, homenageio todos que nasceram na querida Foz do Iguaçu, notadamente aqueles que se fizeram presentes na festa dos 20 anos da Associação dos Amigos de Foz do Iguaçu, muito bem presidida por Mauro Rodinski.

Foi, realmente, um “encontro de emoções”!

Luís Renato Pedroso

é desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná e, principalmente, iguaçuense.

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