Pyongyang

Coreia do Norte anuncia reabertura de usina que produz bombas nucleares

A Coreia do Norte informou que reabriu sua principal usina para a produção de bombas nucleares, confirmando a avaliação de especialistas segundo as quais imagens por satélite haviam mostrado que o local estava pelo menos parcialmente ativo há cerca de dois anos.

O comunicado da imprensa estatal norte-coreana desta terça-feira aumenta o temor de que a isolada nação esteja elevando a pressão de sua ameaça nuclear. Um dia antes, Pyongyang indicou que pode lançar em breve um foguete de longo alcance.

Os Estados Unidos e outros países veem esses lançamentos como testes de tecnologia de mísseis, que poderiam potencialmente ser usados para lançar uma bomba nuclear com capacidade de alcançar o território continental dos EUA.

Qualquer novo lançamento pode minar os laços com a Coreia do Sul. No mês passado, as duas Coreias concordaram em permitir a reunião em outubro de famílias separadas através da fronteira compartilhada. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sul-coreano disse que Seul iria realizar consultas ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas sobre a resposta a um eventual lançamento norte-coreano.

Sob o regime do ditador Kim Jong Un, a Coreia do Norte rejeitou todas as sugestões de Washington, Seul e de outros governos para discutir seu programa de armas atômicas. A liderança do país diz precisar de armas atômicas para impedir uma invasão dos EUA e da Coreia do Sul.

Após seu terceiro teste de uma bomba nuclear, em fevereiro de 2013, a Coreia do Norte disse que reabriria um reator de 5 megawatts e outras instalações na usina nuclear Yongbyon, ao norte de Pyongyang. Desde então, analistas ocidentais que estudam imagens de satélite encontraram várias indicações de atividade na área.

A imprensa estatal citou o diretor do Instituto de Energia Atômica da Coreia do Norte, segundo o qual todas as instalações de Yongbyon “começaram operação normal”. A autoridade, que não teve o nome divulgado, também disse que cientistas estão melhorando o nível das armas nucleares em “quantidade e qualidade”.

Além do reator de 5 megawatts em Yongbyon, que produz plutônio para bombas, a Coreia do Norte também tem no local instalações para enriquecer urânio. Não está claro se a Coreia do Norte já possui bombas de urânio, mas analistas ocidentais acreditam que o país já possua até 10 bombas de plutônio. Os especialistas chineses têm estimativas maiores.

Construído nos anos 1980 com o auxílio da União Soviética, o reator Yongbyon é a única fonte de plutônio para o programa de armas no país. Segundo especialistas, imagens de satélite sugerem que o reator não tem operado totalmente bem nos últimos dois anos, com problemas como a dificuldade para garantir oferta de água para resfriamento. Tampouco está claro se o país possui oferta suficiente de barras de combustível para alimentar o reator.

O reator foi ligado e desativado várias vezes ao longo dos últimos anos, geralmente em reação ao nível de aproximação entre a Coreia do Norte e Seul e Washington. Na segunda-feira, o Departamento do Estado dos EUA disse que qualquer novo lançamento de foguete da Coreia do Norte seria uma violação de resoluções da ONU. Fonte: Dow Jones Newswires.

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