Certas atitudes das FARC ajudam Uribe, diz Piedad Córdoba

Certas atitudes e ações das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) ajudam a reeleição do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, opinou a senadora opositora Piedad Córdoba, que voltou a condenar os seqüestros e pedir à guerrilha que liberte os reféns.

A senadora, que sofre acusações de todo tipo por parte dos governistas, disse que com essas acusações Uribe tenta "criar uma série de fatos polêmicos que buscam ocultar os escândalos em torno de si, por seus vínculos com o paramilitarismo".

Em declarações ao jornal Clarín de Buenos Aires, a legisladora voltou a desmentir a versão lançada extra-oficialmente segundo a qual ela teria vínculos com as Farc e usaria o pseudônimo de "Teodora Bolívar".

Córdoba disse que trabalhou e continuará trabalhando por uma troca humanitária entre os reféns em poder das Farc e guerrilheiros presos, e que esse é o motivo pelo qual mantém contato com o grupo armado.

A senadora foi acusada recentemente por governistas de traição à pátria e apologia à violência. Fontes colombianas difundiram uma versão segundo a qual ela teria pedido às Farc que não libertassem a ex-candidata presidencial Ingrid Bentacourt, refém desde 2002.

A mãe de Betancourt, Yolanda Pulecio, declarou que essa acusação é uma "calúnia" contra a senadora.

Córdoba negou a interpretação segundo a qual o pedido recente do presidente Hugo Chávez para que as Farc libertem os reféns e ponham fim à luta armada expresse uma mudança ou "giro" na posição do governante venezuelano.

"Não se trata de nenhum giro. Ele sempre apelou às Farc pela libertação dos reféns e pela saída política ao conflito colombiano", explicou.

Consultada sobre o processo interno nas Farc após a morte de seu líder máximo, Manuel Marulanda, e sua substituição por Alfonso Cano, declarou: "Não sei o que está acontecendo, mas quero aproveitar para dizer às Farc que eles entrariam em um processo muito sério se libertassem as pessoas que têm em seu poder".

"Quero dizer às Farc que vale a pena que façam essas libertações, que reflitam se muitas vezes, com suas atitudes, não são elas mesmas quem mais ajudam a reeleição de Uribe ", disse.

Uribe está em seu segundo mandato presidencial consecutivo e seus aliados políticos tentam concretizar uma reforma constitucional para que assuma pela terceira vez a presidência.

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