Cercado, presidente da Costa do Marfim negocia saída

O presidente com mandato vencido da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, permanecia entrincheirado em um bunker dentro da residência presidencial nesta noite. Após reafirmar que foi ele quem venceu as eleições do ano passado, Gbagbo sinalizou para o emissário da Organização das Nações Unidas (ONU) que poderá deixar o poder.

Tropas que apoiam Alassane Ouattara, reconhecido pela ONU, Estados Unidos, França e União Africana como vencedor das eleições, começavam a cercar a residência presidencial em Abidjã, maior cidade do país. O emissário da ONU para a Costa do Marfim, contudo, disse nesta noite que Gbagbo já negocia os termos da sua fuga, o que sugere que poderá deixar o país africano após mais de uma década no poder.

A informação partiu de Choi Young-jin, enviado da ONU. Questionado pela televisão da Associated Press se Gbagbo estava pronto para deixar o país, Choi respondeu: “Acredito que sim. Pelo que sei, o que eles negociam agora é para onde Gbagbo poderá ir”.

De acordo com um diplomata que falou sob anonimato, Ouattara manteve conversas diretas com Gbagbo, para que ele deixe o cargo de presidente. Gbagbo permanecia desafiador, dizendo que Ouattara “não venceu as eleições”, mesmo que tenha sido declarado vencedor não só pela ONU.

“Eu venci as eleições e não negociarei minha partida”, disse Gbagbo mais cedo, por telefone, a um canal da televisão francesa. Ontem, tropas francesas e da ONU abriram fogo contra arsenais de armas de Gbagbo, após quatro meses de impasse político no país.

“Falamos com alguns dos aliados de Gbagbo. Alguns deixaram o líder, outros estão prontos a depor as armas. Agora ele está sozinho, no bunker apenas com alguns partidários e a família. Não sei o que acontecerá”, disse Hamadoun Toure, porta-voz da missão da ONU na Costa do Marfim.

Mais cedo, o primeiro-ministro da França, François Fillon, disse que dois generais próximos a Gbagbo estavam negociando sua rendição. Com isso, poderia ser encerrado um impasse político de meses na Costa do Marfim que gerou um conflito militar, informa o Wall Street Journal. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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