Candidato é preso no México por ligação com tráfico

A polícia federal mexicana deteve ontem o prefeito de Cancún, Gregorio Sánchez, acusado de narcotráfico, lavagem de dinheiro e por supostamente pertencer ao crime organizado. Trata-se do último episódio das eleições locais e estaduais, sacudidas pela violência e por acusações de tráfico de drogas.

Sánchez, que se licenciou do cargo para concorrer às eleições para governador do Estado de Quintana Roo, foi preso no aeroporto internacional de Cancún após chegar de um voo proveniente da Cidade do México.

O escritório do Secretário de Justiça disse que Sánchez é suspeito de oferecer informações e proteção aos “Zetas” e ao cartel Beltrán Leyva. Os dois grupos são ativos no Estado de Quintana Roo, informou o escritório.

“Todos fomos pegos de surpresa. Trata-se de um acontecimento sem precedentes”, disse o atual governador de Quintana Roo, Félix González Cantú.

Ricardo Nájera, porta-voz do escritório do Secretário de Justiça, disse que as acusações contra Sanches incluem participação no fomento e ajuda ao tráfico de drogas, participação no crime organizado e a realização de transações com fundos obtidos de forma ilegal.

No site de Sánchez na internet foi publicado um artigo no qual ele, o candidato pelo Partido da Revolução Democrática, e outros dois partidos menores afirmam que o prefeito de Cancún foi perseguido por razões políticas. Sánchez diz no site que fora ameaçado e que lhe foi dito que se não se retirasse da carreira política, ela seria encerrada ou ele seria morto.

Tráfico e política

 

Observadores eleitorais expressaram temores de que os cartéis de drogas mexicanos se infiltrem na política e controlem as eleições locais de 4 de julho em 10 Estados, apoiando candidatos que cooperam com o crime organizado e matando ou intimidando os demais.

Em 13 de maio, vários homens armados mataram José Guajardo Varela, candidato à Prefeitura de Valle Hermosa, povoado do Estado fronteiriço de Tamaulipas, atingido pela violência dos cartéis do narcotráfico.

Doze prefeitos do Estado de Michoacán, onde nasceu o presidente Felipe Calderón, foram presos por acusações de protegeram o cartel La Familia em 2009. Porém, apenas dois continuam presos. Os demais foram libertados por falta de provas.