Conflito

Ativistas tentam romper cerco para levar ajuda a Gaza

Um grupo de ativistas composto por legisladores europeus e médicos iniciou nesta segunda-feira (12) uma viagem de barco do Chipre em direção à Faixa de Gaza com o objetivo de entregar ajuda médica ao território. O barco de 22 metros (70 pés), de registro grego, deixou o porto de Larnaca, no sul do Chipre, com quatro legisladores belgas, gregos e espanhóis, sete médicos e vários jornalistas por volta das 15h (11 horas de Brasília). Além de seus 30 passageiros, o “Espírito de Humanidade” estava lotado com toneladas de suprimentos médicos como bandagens, medicamentos intravenosos, antibióticos e outros remédios para os hospitais de Gaza. “Nós temos de tentar romper o cerco a Gaza e, ao mesmo tempo, condenar o que está acontecendo”, disse o legislador espanhol Joan Josep Nuet à agência France Presse.

A última tentativa do grupo de quebrar o bloqueio ao território ocorreu no dia 30 de dezembro, mas não chegou ao seu objetivo porque uma embarcação da marinha israelense colidiu com o barco que levava ajuda humanitária. “Fazer nada não é uma opção como médico palestino e ser humano. É isso que eu digo a todo mundo”, disse o cirurgião ocular Ali Dabbagh, cujo consultório fica em Dubai. Ele descreveu como “além do horrível” o que está acontecendo com os civis de Gaza, particularmente as crianças, desde que Israel iniciou sua ofensiva contra o movimento islâmico Hamas, em 27 de dezembro. “Temos de ter certeza de que as pessoas de Gaza não se sintam esquecidas, mas esta mensagem é difícil de ser entendida quando se está vivendo no inferno”, disse Dabbagh.

Huwaida Arraf, coordenador do grupo, sediado nos Estados Unidos, disse que vai levar cerca de 24 horas até que a embarcação chegue a Gaza, onde vai desembarcar sua carga e seus passageiros em poucas horas. A tentativa fracassada do mês passado foi a primeira a não dar certo desde que tais viagens, a partir do Chipre, tiveram início, em agosto de 2008. A organização também disse ter recebido ameaças de morte contra suas visitas à Faixa de Gaza.

Isolamento

O presidente do Parlamento do Chipre, Marios Garoyian, disse que seu país apoiou a última viagem e pediu que Israel permita que o barco passe em segurança. O grupo “Free Gaza” pretende destacar o efeito enfraquecedor da repressão de Israel sobre o território sob domínio do Hamas, onde vivem 1,5 milhão de pessoas.

Israel isolou Gaza, com exceção da entrada limitada de ajuda humanitária, desde que sua ofensiva contra o grupo islâmico Hamas – que não reconhece Israel – teve início em 27 de dezembro. Mais de 900 palestinos e 13 israelenses já morreram na ofensiva. As informações são da Dow Jones.

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