Ministros definem ações para geração de empregos

A criação de empregos foi o tema central de uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com onze ministros, o vice-presidente, José Alencar, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. Programada inicialmente para durar três horas, ela acabou se estendendo por todo o dia. Cada um dos ministros apresentou a estratégia de sua pasta para criar empregos em 2004.

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, afirmou que o País ?não só está iniciando um ano de crescimento?, como está abrindo uma ?oportunidade histórica de crescimento sustentável?, com garantia de geração de empregos e de investimentos sociais. Palocci foi destacado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer o primeiro balanço da reunião em que dez ministros apresentaram propostas de geração de empregos.

Participaram do encontro os ministros Antônio Palocci (Fazenda), José Dirceu (Casa Civil), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Roberto Rodrigues (Agricultura), Jaques Wagner (Trabalho), Guido Mantega (Planejamento), Ciro Gomes (Integração Nacional), Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Celso Amorim (Relações Exteriores) e Luiz Gushiken (Comunicação de Governo e Gestão Estratégica), além de Luiz Dulci (secretário-geral da Presidência da República).

No ano passado, foi criado um milhão de empregos formais no País. O número, porém, é considerado baixo pelo governo. No programa do PT, projeta-se que seria necessário criar dez milhões de empregos durante o mandato do presidente Lula.

Essa, porém, não é uma meta, segundo Palocci. A avaliação dos especialistas é de que, apesar do crescimento econômico da ordem de 3,5% que se espera para este ano, a redução das taxas de desemprego será lenta.

O próprio ministro do Trabalho, Jaques Wagner, avalia que não há medidas emergenciais que possam reduzir de forma consistente a taxa de desemprego. Ele acha, porém, que neste ano serão abertas mais vagas de trabalho do que em 2003.

Além disso, Wagner acredita que os recursos públicos podem ser alocados para setores intensivos no uso de mão-de-obra. Três setores, na sua opinião, podem trazer retorno mais rápido: construção civil, turismo e serviços. Na construção civil, a aposta do governo é a criação de instrumentos de crédito.

Palocci reconhece que o setor enfrenta dificuldades. A idéia é buscar, no Congresso, a aprovação rápida de duas medidas provisórias que criam instrumentos financeiros para permitir a securitização dos créditos recebíveis pelo sistema financeiro.

Atrair investimentos estrangeiros para o turismo é uma preocupação do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Ele está organizando uma ofensiva para ?vender? o Brasil aos investidores internacionais. Como parte da estratégia, está uma série de contatos do presidente Lula com grupos empresariais para apresentar um portfólio de projetos no Brasil. Além das Parcerias Público-Privadas (PPPs), que trarão recursos para a infra-estrutura, há também projetos na área de turismo. No final de janeiro, Furlan realizará um seminário sobre o Brasil em Genebra, na Suíça. Lula e Palocci deverão participar do evento.

O projeto que regulamenta as PPPs, elaborado pelo ministro do Planejamento, Guido Mantega, foi incluído na pauta de votações da convocação extraordinária do Congresso. Essa é a forma encontrada pelo governo para driblar a falta de recursos públicos e abrir espaço para o gasto social.

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