O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, disse ontem à noite, em São Paulo, que os ministros do governo Lula "parecem barata tonta". "Dá até dó. E agora eles começaram a falar mal um do outro", afirmou ele, durante abertura da 11.ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Depois, em entrevista, explicou: "Cada ministro tem seu próprio projeto, mas que não se referencia a um projeto de desenvolvimento nacional. É como se os ministros da área social tivessem um desejo e na política econômica uma barreira. Então, ficam como barata tonta sem ter um rumo para onde caminhar."
Para o líder do MST, está faltando no País um projeto de desenvolvimento nacional que consiga nortear toda a política do governo. Ao avaliar os dois anos e quatro meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Stédile disse que, até o momento, o presidente honrou "todos os seus compromissos com as empresas, exportadores, banqueiros e com o FMI, tanto é que não precisou renovar o acordo. Agora, está faltando o governo começar a honrar os compromissos com o povo."
Stédile também fez duras críticas à política econômica do governo, classificando-a de "perversa". Ele insistiu que sem a mudança do modelo adotado pela União não será possível realizar a reforma agrária. O coordenador nacional do MST conclamou ainda a sociedade a atender aos apelos do presidente Lula "e levantar o traseiro para fazer manifestações contra a política econômica" em vigor.