Ministro das Comunicações critica a Nokia por se opor ao modelo japonês

Durante palestra na Universidade Federal de Minas Gerais, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, voltou hoje (13) a reagir com dureza às declarações do vice-presidente de Celulares da Nokia, Cláudio Raupp, que afirmou que a empresa não tem interesse em produzir celulares que transmitam o padrão ISDB (japonês) no Brasil. "Na semana passada, a Nokia fez uma notícia, dizendo o seguinte: se não quiser o padrão europeu nós não vamos participar da TV digital. Eu falei: desrespeito ao telespectador brasileiro, desrespeito ao governo, desrespeito às pessoas", comentou o ministro.

Em seguida, ele ergueu o próprio celular, afirmando que o aparelho "lamentavelmente é Nokia". "Esse telefone aqui, 97% dele é importado". E concluiu: "Que vá embora, por favor. Tem várias empresas querendo."

A Nokia, por meio de sua assessoria de imprensa, divulgou nota na qual confirma que nesse momento não possui planos de desenvolver aparelhos com serviços de TV móvel que utilizem o padrão japonês. A empresa afirmou que por mais de cinco anos avaliou "todas as tecnologias disponíveis, conjuntamente com radiodifusores ao redor do mundo, e optou por adotar o DVB-H, por ser o padrão com mais condições de ter escala de produção".

"Há uma clara preferência pela tecnologia e modelo de negócio propiciado pelo DVB-H, que já foi adotado por 57 países, apresentando-se como padrão global. No atual cenário de economia globalizada, a produção em grande escala é mandatória para a oferta de produtos a preços competitivos", disse a Nokia, no comunicado.

Sem responder diretamente às declarações do ministro, a empresa afirma que "possui um compromisso de longo prazo com o Brasil, onde está instalada desde 1996, com uma unidade fabril na Zona Franca de Manaus e escritórios em várias cidades do País, empregando milhares de funcionários".

"A empresa foi ainda o maior exportador do pólo da Zona Franca em 2005 e é a maior arrecadadora de impostos da região norte, promovendo o desenvolvimento econômico da região e do País", informou.

Na nota, a Nokia afirma que está trabalhando com outros fabricantes de telefones celulares para garantir que diferentes aparelhos possam se comunicar e receber as transmissões dos radiodifusores. "Isto é complexo pelo fato de a comunicação ser bidirecional no mundo das telecomunicações. Por conta desta complexidade, o custo de desenvolvimento dos aparelhos é alto e necessita um mercado de massa para ser viabilizado".

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