Luz garantida

A Usina Hidrelétrica de Itaipu foi incumbida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), organismo que controla o equilíbrio da oferta e demanda de energia elétrica em todo o território, de aumentar sua geração em 10% a fim de garantir o abastecimento dos três estados da região Sul.

A determinação de agora repete 2001, quando os efeitos da estiagem prolongada reduziram o nível dos reservatórios das usinas das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, obrigando o governo a adotar um sistema de racionamento.

Como as reservas de água nas usinas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão abaixo do desejável, Itaipu aumenta seu fornecimento mesmo tendo que diminuir o nível de seu próprio reservatório. A região impactada pela seca também está sendo suprida por energia gerada pelas térmicas, além de comprar o excedente argentino.

As chuvas registradas nos últimos dias não foram suficientes para encher os reservatórios das hidrelétricas, um problema cíclico de difícil solução. O risco de racionamento, por enquanto, é remoto, porque há água sobrando nas usinas do Sudeste e Nordeste, cuja energia pode ser cambiada para o Sul através do sistema interligado.

Itaipu produziu nos primeiros cinco meses do ano mais de 35 milhões de MWh, excedendo em 5% a produção registrada no mesmo período do ano passado. Do total de energia elétrica gerada hoje na Costa Oeste, cerca de 30% são absorvidos para o abastecimento da demanda da região Sul do Brasil e quase 100% do consumo paraguaio.

O socorro momentâneo de Itaipu dá-se em função da queda para menos de 50% da capacidade máxima de retenção de água pelos reservatórios localizados no curso do Rio Iguaçu. A situação voltará ao normal, caso o regime de chuvas também seja restabelecido nas próximas semanas, embora esse seja fator imponderável.

O pesadíssimo investimento para a construção de Itaipu justifica-se plenamente nesses momentos críticos do surprimento da energia imprescindível, tanto para um hospital de alta sofisticação tecnológica, quanto para a choupana perdida no mais distante rincão.

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