Lula deve construir ponte com a oposição, diz Aécio

O governador reeleito de Minas Gerais e um dos prováveis candidatos à disputa presidencial em 2010, Aécio Neves (PSDB), afirmou que a reeleição de Lula teria sido uma vitória pessoal dele e não do Partido dos Trabalhadores

Em entrevista ao "Jornal das Dez", da Globo News, Aécio disse que vê possibilidade de a oposição apoiar a aprovação das reformas política e tributária ainda nos primeiros 60 dias de governo. Mas alertou que espera um gesto do presidente, que poderia vir da formação do novo ministério. "A montagem do governo do presidente Lula será a primeira sinalização de que ele quer a construção em torno de um projeto de País ou não.

Ressalvando que não quer entrar em ´seara alheia´ e discutir a formação do futuro ministério do segundo governo Lula, Aécio admitiu que espera nomes de relevo que estejam acima dos partidos. "Um governo à altura das expectativas do Brasil, suprapartidário, mostrando inclusive aos seus aliados a necessidade de orientação diversa àquela dos primeiros quatro anos", propôs o governador mineiro

Aécio lembrou que muitas das reformas pretendidas pelo governo – e particularmente a tributária – são também defendidas por setores oposicionistas. "Nós temos que compreender que as mesmas propostas que defendíamos quando éramos governo continuaremos defendendo agora na oposição", disse. E se propôs a ajudar pessoalmente, desde que o presidente Lula demonstre interesse em "abrir pontes" com a oposição.

"É hora de Lula compreender a importância da sua vitória e construir as primeiras pontes. Aí sim, quem sabe, nós possamos ajudar este País a avançar e voltar a crescer.

O governador mineiro disse que o PSDB terá mais uma oportunidade de se reciclar e rediscutir internamente os fatores que levaram à derrota, particularmente na região Nordeste. Mas elogiou o trabalho realizado pelo candidato derrotado Geraldo Alckmin, que segundo ele, aumentou seu espaço político como um nome nacional.

"O Geraldo fez uma bela campanha. Nós sempre soubemos da dificuldade de se disputar com o presidente no cargo", ponderou Aécio. Ele se esquivou de dizer se Alckmin seria um nome forte para presidir o PSDB. "Mas ele será uma figura fundamental para o PSDB no futuro.

Aécio Neves garantiu que não haverá antecipação da disputa interna dentro do PSDB para decidir quem será o candidato do partido à Presidência em 2010. "O único equívoco que o presidente ou o próprio PT possa cometer neste instante é subestimar a nossa capacidade de avaliação do cenário político e a nossa responsabilidade enquanto membros da oposição, seja a minha, seja a do governador José Serra, ou do próprio Geraldo Alckmin.

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