Líder do MST expõe na Áustria ação de Aracruz e Syngenta no Brasil

Viena (Áustria) – A campanha dos movimentos sociais rurais brasileiros para denunciar multinacionais do setor de papel e celulose e de sementes transgênicas chega à Europa. O relato sobre a atuação das empresas Aracruz e Syngenta será apresentado por um dos coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, no Tribunal sobre Políticas Neoliberais e Transnacionais Européias na América Latina e no Caribe.

O julgamento simulado é o principal evento do Conectando Alternativas 2 (Enlazando Alternativas, em espanhol), encontro paralelo à 4ª Cúpula União Européia – América Latina e Caribe. Um painel de fotos instalado em uma das salas do evento mostra a vida de comunidades quilombolas, indígenas e de pequenos agricultores do Espírito Santo em conflito com a Aracruz.

A empresa, segundo os textos da mostra, ainda ocupa 11 mil hectares de terras indígenas, de onde cerca de 30 comunidades tupinikin e guarani foram despejadas em 1967, o mesmo ano em que a empresa, conforme dados em seu site na internet, iniciou o plantio de eucaliptos no estado.

A exposição também apresenta aos europeus imagens das condições de trabalho em que os quilombolas de Angelina (ES) trabalham para a Aracruz, por menos de US$ 100 ao mês (as imagens são de uso livre e estão disponíveis no endereço http://www.flickr.com/photos/ctw/).

A Aracruz, segundo João Pedro Stédile, tem origem em capital europeu e, posteriormente, foi incorporada pelos grupos brasileiros Votorantim e Safra. Hoje, segundo o site da empresa, além de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ser dono de 12,5% das ações da empresa, ainda há 28% de participação do grupo norueguês Lorentzen, além de associações de grupos americanos.

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