José Richa foi expoente da política paranaense

Morreu durante a madrugada desta quarta-feira, em São Paulo, o ex-governador do Paraná e ex-senador José Richa. Ele tinha 69 anos e estava internado desde o mês passado para tratar de uma doença pulmonar. O corpo do ex-governador do Paraná, José Richa, foi enterrado no fim da tarde desta quarta-feira no Cemitério Parque Iguaçu, em Curitiba.

Nascido em 1934 em São Fidélis, cidade do interior do Rio de Janeiro, José Richa veio para o Paraná com os pais, libaneses, quando tinha apenas cinco anos. Estudou no Colégio Cristo Rei, em Jacarezinho, estabelecimento dirigido por padres alemâes e famoso pelo rigor disciplinar. Veio para Curitiba,para cursar o Científico (2º grau), no Colégio Estadual do Paraná.

Passou no vestibular de Odontologia, curso que concluiu morando na Casa do Estudante Universitário – CEU – e trabalhando como repórter do jornal Diário do Paraná, dos Diários Associados. Como universitário, integrou o movimento estudantil do Partido Democrata Cristão, aqui liderado pelo então prefeito de Curitiba Ney Braga. Participou da campanha que elegeu Ney ao Palácio Iguaçu. O nariz quebrado que o marcou para o resto da vida foi fruto de um acidente de carro que sofreu durante aquela campanha, quando capotou um jipe no Norte do Paraná.

Foi oficial de gabinete de Ney, ao lado de Norton Macedo Correia, Gabriel Neiva de Lima, Edmar Cúnico, Élcio Borell du Vernay e Francisco Scorcim. Rompeu com o ex-governador no episódio da indicação de Paulo Pimentel como candidato a governador. Richa apoiava Affonso Alves de Camargo Netto.

Carreira política
Formou-se em Odontologia em 1959, pela Universidade Federal do Paraná, mas não chegou a exercer a profissão. O primeiro teste nas urnas deu-se em 1962, quando se elegeu deputado federal. Aos 27 anos, era um dos três mais jovens ocupantes da Câmara Federal. Em 1966, já casado com dona Arlete e radicado em Londrina, reelegeu-se. Em 1970 disputou uma vaga ao Senado, mas não conseguiu se eleger.

Não ficou muito tempo sem mandato. Em 1972 elegeu-se prefeito de Londrina pelo MDB e começou a consolidar-se como uma das principais lideranças do partido no Estado. De espírito conciliador, atuava com grande habilidade nos bastidores, aparando arestas e costurando alianças. Voltou a disputar o Senado em 1978, numa das sublegendas do MDB, e garantiu uma cadeira com a ajuda dos votos obtidos pelo correligionário Enéas Faria.

Estava pavimentado o caminho que o levaria ao Palácio Iguaçu em 1982, pelo PMDB e num confronto com seu antigo padrinho político, o ex-governador Ney Braga. A dobradinha José Richa-Alvaro Dias disputou o Governo e o Senado, respectivamente, vencendo Saul Raiz, que postulava a sucessão de Ney Braga, e o próprio Ney, que concorria ao Senado pelo extinto PDS.

Primeiro governador eleito democraticamente no Paraná após a ditadura militar, teve intensa participação na campanha das Diretas-Já, ao lado de Franco Montoro, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso e Lula.

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