Inflação medida pelo IPCA-15 caiu para 0,17% em abril

Rio – A queda nos preços de vários produtos importantes nas despesas das famílias levou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) a recuar para 0,17% em abril, ante 0,37% em março. A variação veio bem abaixo das projeções de analistas do mercado financeiro – que previam taxa em torno de 0 30% – e foi a menor registrada desde setembro (0,16%).

O IPCA-15, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é uma prévia do índice oficial de inflação (o IPCA, referência para as metas inflacionárias do governo). Ambos são calculados com a mesma metodologia e diferem apenas no período de coleta. Enquanto a pesquisa do índice 15 ocorre entre os dias 15 do mês anterior e a primeira quinzena do mês de referência da taxa, o levantamento do IPCA abrange o mês cheio.

Em abril, a perda de ritmo em reajustes dos combustíveis e a deflação nos alimentos pressionaram para baixo o IPCA-15. Um dos destaques de contribuição para o recuo da inflação de um mês para o outro foi a gasolina, que após a alta de 2,17% observada no IPCA-15 de março desacelerou para 0,65% em abril.

O álcool combustível manteve alta significativa (6,73%), mas a variação de preços do produto em abril foi inferior à registrada em março (7,69%). Nos alimentos, a queda de um mês para o outro foi mais acentuada, de -0,08%, em março, para -0 49%, em abril.

O preço do frango, com a gripe aviária, caiu 11,43% e houve quedas de preços também em itens importantes como frutas (-8 54%), feijão preto (-3,32%), arroz (-2,23%), ovos (-1,85%) e carnes (-1,15%).

Como fatores para a redução da taxa do IPCA-15 de março para abril destacaram-se, ainda, a ausência de reajuste em tarifas de ônibus urbanos e a queda nas passagens aéreas (-3 66%) e nos aparelhos de TV, som e informática (-1,29%). No ano, o índice acumula alta de 1,58% até abril e, em 12 meses, de 4 89%.

Para analistas de mercado, os dados divulgados hoje mostram uma dinâmica favorável para a inflação nos próximos meses. A economista da Tendências Consultoria Integrada, Marcela Prada, observou uma "desaceleração generalizada" de preços no IPCA-15.

Na avaliação do estrategista-chefe do BNP Paribas, Alexandre Lintz, uma análise mais aberta do indicador mostra que não houve nenhuma fonte de pressão em quaisquer dos grupos que compõem o IPCA-15, nem mesmo em vestuário, conforme aguardavam alguns analistas, em razão da chegada da coleção de roupas de inverno.

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