Inflação alta nos EUA continua preocupando Banco Central

Os integrantes do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve norte-americano (Fomc) ficaram levemente mais otimistas quanto às perspectivas da economia dos EUA, apesar de o setor de moradias ser um freio mais forte, de acordo com a ata da última reunião, de 9 de maio, divulgada nesta quarta-feira (30).

Para os formuladores da política monetária do Fed (o banco central dos EUA), o núcleo (sem os preços de energia e alimentos) da inflação permaneceu "desconfortavelmente alto" e, apesar dos dados "mais favoráveis" de março, os participantes da reunião não ficaram convencidos de que a inflação está de modo firme num caminho de baixa.

Embora os integrantes do Fomc "tenham continuado a ver os riscos diante da atividade econômica pesando para baixo, julgou-se que esses riscos diminuíram levemente", diz a ata. "Os acontecimentos recentes foram vistos como dando apoio à visão do comitê de que manter a taxa de juros no nível atual provavelmente fomentaria crescimento econômico moderado e um recuo gradual do núcleo da inflação", prossegue o texto, acrescentando que a perspectiva para o crescimento e a inflação "não mudou materialmente" entre as reuniões de março e maio.

O documento também destaca que o Fed espera que a economia cresça "um pouco abaixo do potencial" pelo resto de 2007 e fique "aproximadamente em linha" com o potencial em 2008. O BC dos Estados Unidos não especifica sua estimativa de avanço potencial mas declarações de seus dirigentes indicam que ela está em 3% ou um pouco abaixo disso.

PIB

O documento afirma que os integrantes do Fomc acreditam que a economia esteja em melhor forma do que os números recentes do Produto Interno Bruto (PIB) sugerem. "Os participantes notaram que ganhos mais rápidos nas estimativas de demanda doméstica bruta poderiam representar o ritmo de atividade de melhor maneira do que os avanços modestos do PIB".

De acordo com a ata, os participantes da reunião mostraram-se cautelosos quanto às perspectivas da inflação, apesar de dados recentes indicarem que o núcleo do índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE) teve uma alta anual de apenas 2,1%, perto do limite superior da chamada "zona de conforto" do Fed. Alguns se mostraram preocupados com as expectativas para a inflação possam crescer. Além disso, vários integrantes do Fomc disseram que o recuo do dólar nos mercados de câmbio poderão pressionar para cima os preços das importações.

Ainda assim, embora o "aperto aparente" do mercado de mão-de-obra seja "uma fonte significativa" de riscos de inflação alguns dirigentes do Fed questionaram até que ponto a oferta de mão-de-obra está próxima da demanda. Vários integrantes observaram na reunião que os salários têm subido apenas modestamente, apesar das taxas de desemprego baixas.

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