Indústrias francesas podem ter doutores do Paraná

A Academia Paranaense de Doutores para o Desenvolvimento firmou convênio de cooperação com a Associação Bernard Gregory (ABG), da França. Por meio da parceria, as duas instituições vão trabalhar pela colocação de doutores franceses e brasileiros nas empresas da França que atuam no Paraná.

A Academia passará a representar, no Paraná, a instituição francesa que atua há 20 anos na aproximação do meio acadêmico com o setor empresarial e já tem representações na Inglaterra, Suíça, Itália, Bélgica, Irlanda, Alemanha, Japão e Estados Unidos.

A parceria foi assinada pela diretora da Associação Bernard Gregory (ABG), Marie-Gabrielle Schweighofer, e pela assessora do Sistema Fiep e diretora da Academia Paranaense de Doutores para o Desenvolvimento, Gina Paladino.

Marie-Gabrielle, que proferiu palestra sobre o modelo francês de integração entre o meio acadêmico e o setor empresarial, na quinta-feira, no Cietep, disse que na França esta relação não é muito diferente do que no Brasil. Segundo ela, formam-se na França 10 mil doutores por ano. Destes, apenas 3 mil têm emprego nas universidades ou em instituições de pesquisa e a ABG procura inserir esses profissionais dentro das empresas. ?Outros 30% deste universo são absorvidos pelas empresas e o que queremos é elevar este percentual?, disse ela. Parte dos doutores estão trabalhando fora do país ou cursando pós-doutorado, mas 7% deles estão desempregados.

A diretora da ABG diz que o trabalho de aproximação da academia com as empresas é de longo prazo. Ela acredita que o processo de sensibilização por parte do empresariado é algo demorado, mas existe um potencial para o crescimento. Hoje, na França, apenas 15% dos pesquisadores que atuam nas empresas são doutores. ?Estamos fazendo este trabalho há 20 anos e os primeiros resultados começaram a aparecer recentemente?.

Ela acredita que no Brasil este processo pode ser mais rápido. ?O Brasil é um país jovem e dinâmico, o que pode favorecer este trabalho?, destacou. ?Outro ponto fundamental é que, ao contrário do que aconteceu com a ABG, aqui esta iniciativa está surgindo do lado empresarial?, informou, citando o trabalho da Academia Paranaense de Doutores para o Desenvolvimento, criada há um ano em parceria pelo Instituto Paraná de Desenvolvimento (IPD) e o Sistema Fiep.

Marie-Gabrielle disse que tanto a ABG quanto a Academia Paranaense de Doutores trabalha ela valorização das competências dos doutores e pela sua inserção nas empresas. ?Os empresários só têm a ganhar com a contratação de doutores porque eles são formados para atuar na pesquisa e buscar a inovação e têm competência para contribuir muito com o desenvolvimento das empresas?, disse. Ela também incentiva os pesquisadores a aproximarem-se do universo empresarial e não permanecerem apenas no ambiente acadêmico e no meio público. Para a diretora da ABG, os dois lados ? pesquisadores e empresários ? têm muito a ganhar com esta integração.

Voltar ao topo