Indústria sem confiança

O setor industrial é sempre um termômetro que se deve consultar quando se trata de aferir o estágio de apreciação das condições atuais e futuras da economia brasileira, e a própria disposição dos empresários do ramo quanto ao planejamento dos negócios.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou recentemente os números do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), relativos ao mês de abril, e o resultado não é otimista. Nos últimos cinco trimestres o indicador alusivo às condições vigentes no panorama econômico ficou abaixo de 50 pontos.

No modelo usado pela CNI para atestar com segurança o grau de confiabilidade dos empresários, um índice inferior a 50 pontos mostra a indiscutível falta de confiança do setor industrial na economia.

Uma projeção feita para os próximos seis meses acresceu a preocupação dos dirigentes da entidade, tendo em vista que mesmo uma tímida expectativa de melhora ainda se situou abaixo do índice verificado em abril de 1999, quando o País viveu o auge de sua mais severa crise cambial.

De acordo com a CNI, o ritmo da produção industrial, nos próximos meses, deverá manter-se bastante modesto, pois os empresários estão convencidos de que não haverá mudanças significativas na economia para impulsionar os negócios. Diante disso, as empresas restringem ou adiam os planos de investimento.

Com o crescimento de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2004, o Icei de outubro chegou a 63,8 pontos, num máximo de 100. A última aferição mostra um nível precário de confiança (abaixo de 50 pontos), destacando a CNI que o cenário atual se deve à deterioração das condições das pequenas e médias empresas industriais. 

Voltar ao topo