Indústria do cimento espera alta de 5% no consumo

Rio – O setor de cimento – que está trabalhando com capacidade ociosa acima de 45% – espera crescimento de 5% no consumo este ano no País. Segundo o secretário-executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), José Otavio Carneiro de Carvalho, ainda é cedo para avaliar o efeito do pacote do governo para a construção civil. Espera, contudo, que as medidas tragam algum "alento" para a construção, que foi um "desastre" nos últimos anos.

A projeção para este ano leva em conta um crescimento maior da economia e medidas para o setor imobiliário do ano passado. Carneiro de Carvalho avaliou também que o efeito do crédito sobre a construção civil é maior do que a renúncia fiscal, com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre alguns produtos.

"O bom disso aí é o governo estar consciente de que precisa criar condições para este segmento da economia que durante tanto tempo ficou para trás e pela importância que tem em termos de geração de emprego", comentou o secretário-executivo. Os números do setor para 2005 ainda não estão fechados, mas o crescimento deve fechar entre 3,5% e 3,8%, diz o executivo.

Atraso

O resultado de 2005 está saindo dentro do esperado pelo setor, em razão da desaceleração da atividade econômica ano passado. O consumo deverá ficar em torno de 35 milhões de toneladas. O número ainda está longe do patamar de 1999, quando o consumo aparente foi de 40,2 milhões. O consumo em 2005 foi 12% menor do que o daquele ano.

Carvalho conta que em termos de consumo o setor andou "para trás em relação ao mundo". Isso porque entre 1998 e 2005 o consumo de cimento no mundo avançou 40%, enquanto no Brasil encolheu. O país caiu da 6ª para a 9ª colocação no ranking internacional de consumo do produto. Já as exportações deram um salto em 2005.

Exportações

As vendas externas de cimento bateram recorde ano passado. O volume exportado cresceu 60% ano passado, ao redor de 900 mil toneladas, ante as 551 mil toneladas do ano anterior. O peso relativo dentro da produção do setor ainda é relativamente baixo, ao redor de 2,5%, mas esta taxa é a maior relação entre exportações e produção desde 1950. Em 2004, as exportações equivaliam a 1,6% da produção.

Segundo de Carvalho, o resultado das exportações foram "excepcionais". Ele avalia que o Brasil tem "custos competitivos e o menor preço do continente americano".

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