Indústria de imagem e som reduz projeção de crescimento

São Paulo (AE) – Fabricantes de aparelhos de imagem e som reduziram a previsão inicial de crescimento da receita com seus produtos para este ano de 25% para 15%, depois dos sinais de fraqueza dados pelo mercado no segundo trimestre. A expectativa inicial de venda de TVs, um ícone do setor de eletrônicos, que era de 8,5 milhões de aparelhos para este ano, foi reduzida para 8 milhões. No ano passado, a indústria colocou no mercado 7,1 milhões de TVs, a maior produção desde 1997, quando foram fabricadas 8 milhões de unidades. Paulo Saab, presidente da Eletros, entidade que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos, confirma a redução das expectativas por parte das indústrias, advertindo que a entidade ainda mantém as previsões globais de crescimento, mas com ressalvas. As estimativas globais do setor eletroeletrônico feitas pela Eletros incluem eletrodomésticos de grande porte, como geladeiras e fogões; a linha marrom, que são os aparelhos de áudio e vídeo; e os eletroportáteis, como batedeiras, cafeteiras por exemplo.

Somando as três linhas, a projeção inicial da Eletros era fechar este ano com crescimento entre 8% e 10% nos volumes. "Agora, se conseguirmos atingir 10%, será ótimo", diz Saab.

Apesar de a entidade não ter os números consolidados do segundo trimestre, a percepção dos fabricantes é de que houve uma queda no bom ritmo de vendas registrado no primeiro trimestre. "Com os juros elevados, o consumidor se travou", diz o presidente da Eletros. Ele pondera, no entanto, que existem itens que são objeto de desejo do consumidor, como os aparelhos de DVD e televisores de tela grande, que deverão continuar com vendas aceleradas.

Hoje (19) a entidade divulgou as vendas industriais do setor no primeiro trimestre com resultados expressivos. Os volumes vendidos nas três linhas de equipamentos cresceram 11 76% entre janeiro e março ante 2004.

O motor do crescimento foi a linha de áudio e vídeo, que ampliou em 27,57% as vendas no período, puxadas pelos DVDs (128 88%) e os radiogravadores (85,15%). Em seguida, veio a linha branca, com um acréscimo bem mais modesto, de 4,29% no primeiro trimestre de 2005. O pior desempenho ficou com os eletroportáteis que conseguiram ampliar os volumes vendidos em apenas 1,67% na comparação anual.

Enquanto o mercado interno dava sinais de vigor no primeiro trimestre, as exportações de eletroeletrônicos caíram no primeiro quadrimestre de 2005, totalizando US$ 186 milhões, livres de seguros, impostos e custos de frete. Nas contas da Eletros, já foram cancelados o equivalente a US$ 150 milhões em contratos de exportação por causa do real valorizado.

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