Indústria brasileira tem melhor dezembro desde 2004, aponta FGV

O movimento de encomendas na indústria de transformação brasileira, neste último mês do ano, foi o melhor dos dois últimos anos, segundo a pesquisa "Sondagem da Indústria de Transformação", divulgada hoje (29) em São Paulo pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No quesito em que as empresas apontam se a situação atual dos negócios é boa ou fraca, 26% dos entrevistados neste mês de dezembro, responderam estar vivendo uma condição mais favorável ante 20%, em igual período do ano passado. Já a classificação de "fraca" foi declarada por 7% ante 16% em dezembro do ano passado. O auge do bom desempenho foi constatado em outubro de 2004, quando 43% apontaram a situação como boa e 6% como fraca.

Esse é um dos indicadores que formam o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da FGV que superou, neste mês de dezembro 9,5% sobre igual mês do ano passado. Na comparação, no entanto, com novembro último, houve ligeiro recuo de 0,8%, passando de 107,2 pontos para 106,3 pontos. Apesar dessa evolução, o coordenador da pesquisa, Aloísio Campelo, observou que a indústria cresceu pouco neste ano e com picos de oscilação. "Movimentos grevistas, crises políticas e até mesmo os ataques de violência (do Primeiro Comando da Capital-PCC) afetaram esse setor produtivo?. Além disso, observou que alguns segmentos foram atingidos pela concorrência externa.

"A indústria cresceu relativamente pouco neste ano e foi afetada por uma série de fatores pontuais com movimentos de espasmos e de forma heterogenia". Em sua avaliação, mesmo com a recuperação de alguns segmentos como, por exemplo, da construção civil, "ainda não há uma robustez que garanta uma continuidade do quadro". No entanto, salienta que também não há nenhuma adversidade à vista que possa impor obstáculos ao crescimento.

Segundo a pesquisa da FGV, cresceu o ânimo dos empresários sobre a expectativa futura de realizar bons negócios. Ao questioná-los sobre a situação dos negócios nos próximos seis meses, 50% responderam que têm a previsão de um desempenho melhor e apenas 6% disseram acreditar que será pior. Em novembro, o percentual positivo foi apontado por 44% enquanto 8% tinham a previsão de um semestre ruim. Esse levantamento mostra que diminuiu a parcela dos pessimistas, em comparação com dezembro do ano passado, quando 47% apostavam em melhoria e 14% na piora.

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