Francisco Daniel diz que família luta há 4 anos para descobrir assassino

Brasília (AE) – Durante a acareação do chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Gilberto Carvalho, com o médico oftalmologista João Francisco Daniel e o professor universitário Bruno Daniel, irmãos do prefeito de Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel, assassinado em 2002, o médico disse que a família está, há quatro anos, na batalha para descobrir quem torturou e matou o irmão e que o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "com a alma aprisionada, vivendo um grande dilema".

"Eu sinto que o sr. sofre, mas o sr. estava em Santo André e o sr. sabia do esquema", afirmou, referindo-se ao suposto plano de propina para arrecadar dinheiro ao PT via prefeitura. "O sr., em Santo André, fazia a ligação entre a quadrilha de Klinger (Klinger de Oliveira Souza, ex-vereador), Ronan (Ronan Maria Pinto, empresário) e Sérgio (Sérgio Gomes da Silva, o Sombra) com a cúpula do PT em SP. Essa é a verdade dos fatos. O sr. tinha de fazer esse meio-campo", acusou , acrescentando que, ao contrário de Carvalho, ele e os irmãos não estão com a alma cativa, mas livre.

Em resposta, o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República criticou o que chamou de "arrogância, presunção de ser dono da verdade", de parte de Francisco Daniel.

"Pasmo com a capacidade do sr. de produzir juízos", afirmou ao médico oftalmologista, a quem acusou de ter entrado nesse caso depois de ser negado um pedido da empresa Guarará, que teria tido contrariados interesses empresariais que ele defenderia.

Carvalho negou também que Francisco e Bruno Daniel teriam saído de uma reunião no apartamento do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) por oposição à tese de que o assassinato de Celso Daniel teria sido um crime comum, endossada pelo petista na época.

Segundo o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, o médico e o professor universitário teriam deixado o encontro por causa da revolta com o fato de a família não estar sendo bem informada sobre as investigações, ficando à margem. "O que me impressiona é essa questão que vocês têm, de ter a posse da verdade", afirmou.

Voltar ao topo