Fernando Pimentel prevê mudanças no Banco Central

O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), disse ontem, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que pode haver mudanças na equipe do Banco Central. "Falar se vai ter mudanças ou não, isso aí não me compete. Isso aí é o presidente da República. Os diretores do banco têm mandato. O mandato deles acho que vence no final do ano. Possivelmente haja mudanças por causa do fim do mandato." E emendou: "O presidente Meirelles é um homem da política do Lula, é um homem do Lula.

Pimentel cobrou mudanças na política monetária do Banco Central, "no sentido de jogar a taxa de juros para baixo mais rapidamente". Ele fez questão de elogiar Henrique Meirelles, mas foi incisivo, ao afirmar que rasga o diploma de economista se alguém provar que é possível o País crescer 5% com taxa de juros real de mais de 10%.

"Se vai manter a mesma equipe, se o Meirelles fica ou sai, isso aí é problema do presidente da República. Eu não tenho nada a dizer sobre isso. Acho que o Meirelles pode ficar. Ele é um excelente presidente, fez um belo trabalho", disse. "O que eu acho que não pode permanecer é essa velocidade da queda de juros porque está muito lenta. Mas isso é quase uma unanimidade no Brasil. E o próprio presidente da República já andou sinalizando.

Pimentel acha que o País tem taxa de juros altíssima. E comentou: "Nos primeiros dois anos desse mandato do Lula, eu acho que não fazia muito sentido criticar. Nós precisávamos mesmo de uma política monetária muito vigorosa, austera. No terceiro, não sei. Mas agora ficou muito visível que não tem cabimento. Nós estamos com o juro real cinco, seis vezes maior que a taxa de inflação.

Segundo o prefeito, essa inflexão na taxa de juros é "absolutamente necessária" e não é incompatível com o rigor fiscal e a meta de inflação. "Se para fazer isso precisa trocar diretor, presidente… aí eu não sei", frisou. Ele ainda afirmou: "Para ter crescimento nós precisamos acelerar a queda da taxa de juros, sem abrir mão da meta inflacionária, do rigor fiscal.

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