Família difícil

Há algum tempo eu ouvi, emuma palestra, a seguinte frase: “Existe apenas dois tipos de família: a difícil e a dificílima.”

Antes que alguém interprete erradamente, não se trata de pessimismo, muito pelo contrário, a mensagem que se pretende passar com a frase é de que não há sentido em desesperar-se ou considerar-se desafortunado se a sua família é difícil, se você tem problemas familiares.

Se você os tem, até aí tudo normal, não há quem não os tenha. Um grupo de pessoas vivendo sob o mesmo teto envolve necessariamente um desafio às nossas habilidades interpessoais, tenham estas pessoas laços de sangue ou não.

Eu concordo que algumas famílias são dificílimas em suas relações, mas não é a maioria. A maior parte é apenas difícil. Para levar equilíbrio às primeiras pode ser necessária a intervenção de profissionais ou até do Estado, mas no caso das famílias que são apenas difíceis os desafios podem ser superados com algumas fórmulas simples e uma pequena dose de boa vontade.

Vamos supor que você não esteja a se entender com seu pai. Ora, se você continuar a tratá-lo do mesmo modo que sempre tratou, vai continuar obtendo o que sempre obteve, ou seja, conflitos.

– Mas a culpa não é minha! talvez você diga.

Ninguém está procurando culpados e sim soluções.

Vamos, então, a algumas idéias que podem contribuir em muito para o equilíbrio familiar.

1. “Não espere resultados diferentes fazendo as mesmas coisas.” Se você quiser uma mudança no comportamento das pessoas deve mudar o seu comportamento em relação a elas. Atitude gera atitude.

2. Não se lastime, não reclame, não maldiga a vida, mas antes, tome uma atitude de reequilibração, tenha a coragem e a nobreza de dar o primeiro passo, mostre boa vontade, sorria.

3. Quando estiver muito irritado, permaneça em silêncio, evite falar com sua família durante o seqüestro emocional da ira. Sua inteligência desaparece sob efeito desta intoxicante emoção e você vai falar ou fazer algo que não deveria. Quando muito irritado, evite contado até se reequilibrar.

4. Seja paciente. É muito difícil encontrar equilíbrio sem uma boa dose de paciência. Não estou falando de ser tolo e permitir que as pessoas o agridam sem que você se defenda, mas uma certa dose de paciência, tolerância e compreensão é indispensável. Algumas pessoas exercitam no trabalho e nas ruas uma paciência e cordialidade que raramente oferecem à sua própria família. Não se transforme em um mostro ao chegar em casa.

Paciência é uma questão de exercício, todos podemos desenvolvê-la.

5. Perdoe. Meu bom amigo, José Miguel Schneider, disse algo que não esquecerei: “A capacidade das pessoas de serem felizes é diretamente proporcional à sua capacidade de perdoar.” Portanto, perdoe!

Amigo leitor, o equilíbrio no lar é possível, e às vezes muito mais fácil do imaginávamos. Boa semana e sucesso em suas relações!

Alan Sant?Anna

é consultor e palestrante nas áreas de comunicação, inteligência emocional, atendimento, vendas, desenvolvimento pessoal e liderança.

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