Ex-presidente do Banco Popular explica gastos com publicidade

O ex-presidente do Banco Popular, Ivan Guimarães, disse na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os Correios que os gastos em publicidade da instituição em 2004 são normais "numa empresa que está começando".

O Banco Popular destinou R$ 21,3 milhões, no ano passado, para operações de crédito e aplicou R$ 29 milhões em publicidade feita pela empresa DNA Propaganda, que tem como sócio o empresário Marcos Valério de Souza.

Ivan Guimarães afirmou que o Banco Popular foi "uma estratégia" adotada pelo Banco do Brasil de micro-financiamento para população que não tem acesso a financiamentos bancários. Ele argumentou que a diferença entre o que foi investido no ano passado em crédito popular e o que foi aplicado em publicidade é comum numa empresa que está começando.

"Se pegar o balanço de 30 de junho (2005), vocês poderão verificar que os números são mais alargados, uma curva típica de uma empresa que está crescendo", disse Guimarães.

Ele ressaltou que a decisão do governo Lula de criar um banco popular partiu de "uma filosofia mais arrojada" que a concessão de micro-créditos. "O nosso objetivo foi generalizar o crédito para quem precisa", afirmou o ex-presidente do Banco Popular. Segundo ele, a instituição encerrou o ano de 2004 com cinco mil pontos de atendimento e, até junho deste ano, 92 milhões de créditos haviam sido concedidos.

Ivan Guimarães rebateu a argumentação do relator de que a criação do Banco Popular foi equivocada na medida que aumentou gastos do Banco do Brasil. Segundo ele, o Banco Popular tem um corpo funcional de 86 pessoas, todas do quadro do BB.

Acrescentou que a decisão de se criar uma instituição própria, subsidiária do Banco do Brasil, partiu da convicção de que os orçamentos fossem separados para um melhor controle dos gastos. "É necessária a transparência dos gastos. O Banco do Brasil tem clientes no exterior que realizam aplicações na instituição", argumentou.

Marcado para às 11 horas, o depoimento do ex-presidente do Banco Popular, Ivan Guimarães, na CPMI dos Correios só começou às 16h15. Os questionamentos do relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), concentraram-se nos gastos em publicidade da instituição em 2004.

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