Ernesto Dória é “o novo juiz Nicolau”, dizem colegas

Ernesto da Luz Pinto Dória, preso pela Operação Hurricane, tem algo em comum com outro juiz, Nicolau dos Santos Neto. Os dois protagonizaram escândalos no Judiciário trabalhista e não são juízes de carreira. Dória é o "novo Nicolau", na comparação de colegas do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), de Campinas. Nicolau foi condenado a 26 anos de prisão pelo suposto desvio de recursos do Fórum Trabalhista de São Paulo.

Preso pela Polícia Federal há nove dias – Dória foi o único magistrado a não ser liberado ontem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, por ter sido preso também por porte ilegal de arma – é suspeito de participar de um esquema de venda de sentenças para favorecer bingos. Aparentemente, é o único magistrado que atua em São Paulo que teria envolvimento com o alvo maior da Hurricane – um grupo de juízes federais do Rio.

O grampo da PF revela que Dória, como Nicolau, usa o poder para conquistas pessoais e mostra o juiz cuidando de interesses seus e de amigos. Ele cita políticos que seriam de suas relações e que o chamam de Ernestinho. Preza tanto a intimidade com o poder que muitos o dão como um falastrão. Viveu por dois anos com uma vedete que virou estrela de um cabaré parisiense nos anos 70 e 80 e ganhava US$ 25 mil por mês.

Nicolau foi procurador trabalhista e chegou ao TRT-SP durante o regime militar, pelas mãos do então presidente João Figueiredo (1979-1985). Dória chegou ao TRT-15 em 1986, nomeado pelo presidente eleito José Sarney (1985-1990). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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