Encontro estadual debate políticas públicas para educação no campo

A Secretaria da Educação participou do IV Encontro Estadual de Educadores e Educadoras da Reforma Agrária com o objetivo de discutir políticas públicas para a formação de professores e alunos que vivem no campo.

O evento foi realizado em parceria com o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) e a Secretaria Municipal de Educação de Rio Bonito do Iguaçu.

Em 1997, aconteceu o I Encontro Nacional de Educadores e Educadoras no Campo (Enera). A partir daí, foram realizados diversos encontros estaduais, todos com vistas à unificação de uma educação diferenciada que considere as características próprias da realidade dessa população.

O Município de Rio Bonito do Iguaçu, região Oeste do Paraná, sedia hoje, um dos maiores assentamentos do Brasil (1.500 famílias), e as quatro escolas estaduais existentes (Iraci Salete Strozak, Ireno Alves, Sebastião Estevão da Costa e Marcos Freire) atendem a 1.517 alunos de Ensino Fundamental e Médio, dos assentamentos Ireno Alves e Nelson Freire.

Escolas Itinerantes

Nas nove escolas itinerantes nos municípios de Quedas do Iguaçu, onde existem três escolas, Cascavel, Matelândia, General Carneiro, Jardim Olinda, Planaltina do Paraná e Espigão Alto do Iguaçu, cada qual com uma escola, estudam mais 2.226 alunos. As escolas itinerantes também atendem alunos das séries iniciais (1ª a 4ª) que, nesse caso, são atendidos pelos Estado.

As professoras Vera Lúcia Novello e Elizete Aparecida Toledo, além de atuarem como educadoras na Escola Estadual Gildo Aluísio Shuck, em Laranjeiras do Sul, dão aulas de formação em Educação no Campo para alunos do magistério.

Segundo Vera, o Núcleo Regional de Laranjeiras do Sul, responsável pelo acompanhamento da rede estadual na região, através da solicitação dos assentamentos e especialmente do Colégio Estadual Iraci Salete Strozak (Escola-base das escolas itinerantes) oferece ensino específico de formação em Educação no Campo, cuja preocupação fundamental é com o aprendizado dos filhos de assentados.

Para a professora Elizete, é importante conscientizar os futuros professores sobre a realidade do campo. ?Dentre outros estudos, proporcionamos a eles a realização de estágios em escolas de assentamento. Assim, aprendem a compreender o sujeito do campo e valorizar o ambiente e a história do MST?, explica.

Formação

O secretário Municipal de Educação de Rio Bonito do Iguaçu, Edson Marcos de Anhaia, disse que a Educação no Campo, no Estado do Paraná, tem avançado porque houve toda uma preocupação do atual governo do Estado em discutir a problemática dessa educação. ?Nos dois últimos anos, tivemos encontros com os Núcleos Regionais de Educação e estamos recebendo os apoios necessários que possibilitam a transformação neste setor?, destaca.

Edson chama a atenção para um curso de Pedagogia chamado ?Pedagogia da Terra? que surgiu da necessidade de uma formação para educadores no campo. Segundo ele, o MST e demais movimentos sociais com atuação no campo fizeram uma solicitação e, em nível de ensino superior, foram atendidos pela Unioeste.

O Colégio Iraci Salete Strozak, situado no Assentamento Ireno Alves, é o único do Estado com curso de formação de docentes no campo, e com a mesma grade de conteúdo aplicada ao ensino regular. Porém uma das características do ensino no campo é a exigência da comunidade de que o aproveitamento das aulas seja de 100% de freqüência e participação.

A Exigência, segundo a diretora Ritamar Andreetta, se deve à luta diferenciada por uma educação de excelência. ?Aqui, as coisas são levadas muito a sério. E não é porque é o MST ou porque nós queremos ser diferentes dos outros, e sim por acreditar que a educação aqui no campo exige uma postura de muita garra?, completa.

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