Empresários querem Estado mais eficiente, aponta pesquisa

Os empresários que participaram da 2ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros ? "Globalização e Gestão de Complexidades: questões inevitáveis em um cenário econômico em transformação", divulgada hoje pela consultoria internacional PricewaterhouseCoopers, consideram que o Estado brasileiro seja gerido de forma mais eficiente.

O presidente da Price, Fernando Alves, afirma que o entendimento em consenso entre os 79 líderes empresariais ouvidos no país "é que o Estado brasileiro é ineficiente e, portanto, vêem com bastante preocupação questões associadas à ampliação da eficiência do ente Estado".

Os dirigentes esperam do Estado uma indução do desenvolvimento, redução de gastos, combate à corrupção, reforma tributária. "Ou seja, há uma expectativa bastante ampla acerca do que se poderia chamar de aumento da eficiência do ente Estado", afirmou Alves.

Nesse sentido, a pesquisa sinaliza a necessidade de que haja no Brasil uma maior ética e transparência nos procedimentos, redução da burocracia e da morosidade do sistema legal, além da diminuição do excesso de regulamentação. "O Brasil é um dos países onde se tem mais dificuldades para abrir uma empresa e para fechar, para contratar pessoal e para despedir. Estamos falando de questões burocráticas que atrapalham a agilidade demandada hoje por um ambiente progressivamente globalizado , competitivo e complexo", externou Alves.

Do total de consultados, 81% classificaram como baixa ou muito baixa a transparência dos governos em suas várias esferas, enquanto 23% afirmaram que ela é alta ou muito alta no setor privado. A falta de transparência generalizada foi um dos fatores críticos indicados como causador ou encorajador de atos de corrupção no Brasil, relata a pesquisa.

No caso brasileiro, o principal fator que causa ou encoraja a corrupção, respondido por 98% dos pesquisados, está relacionado, segundo revelou Fernando Alves, com a sensação de que há no país impunidade. "Eu creio que essa sensação de impunidade está basicamente associada à morosidade do sistema judiciário", analisou. A segunda causa apontada por 95% dos consultados é o excesso de burocracia. "Um sistema moroso produz uma Justiça dissociada do fato. Ainda que a julgamento seja positivo, ele está tão distante do fato que a sensação de impunidade se amplia. E a burocracia é tão excessiva que estimula a segunda via".

A 2ª Pesquisa de Líderes Empresariais Brasileiros foi elaborada com base na sondagem anual efetuada pela Price junto a 1,5 mil presidentes de organizações em 45 países, que está em sua nona edição.

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