Varejo pressiona primeira prévia do IGP-M de novembro

O avanço nos preços do varejo (de 0,31% para 0,39%) foi a principal contribuição para a taxa maior da primeira prévia do IGP-M, que passou de 0,75% para 0,79% de outubro para novembro. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, os preços junto ao consumidor estão sendo pressionados por um cenário de inflação mais intensa em alimentos, cuja taxa quase dobrou da primeira prévia de outubro para igual prévia em novembro (de 0,49% para 0,85%).

Quadros comentou que os preços dos alimentos foram influenciados por uma onda de repasses de elevações de preços agrícolas no atacado para o setor varejista. “Os preços dos alimentos estão subindo no varejo por conta de altas no atacado, que ocorreram há algum tempo”, explicou o especialista.

Além do varejo, o especialista observou que a manutenção da inflação do atacado em um resultado próximo a 1% também influenciou a aceleração da primeira prévia de novembro. A inflação no setor atacadista mostrou leve aceleração, de 1% para 1,02%, da primeira prévia de outubro para igual prévia em novembro.

Quadros observou que alguns produtos que estão em alta são de grande peso no cálculo da inflação atacadista, que representa 60% do total do IGP-M. É o caso das acelerações de preços em soja em grão (de 4,84% para 7,08%) e em bovinos (de 3,44% para 6,01%). “A soja é o produto de maior peso no cálculo da inflação do atacado”, lembrou o especialista. Ele observou que atualmente ocorre um aumento na demanda internacional pelo produto, que não está sendo acompanhada por uma elevação na oferta, em igual magnitude. “Parece que as importações da China (de soja) foram mais intensas do que o esperado”, avaliou o técnico. A procura por carne brasileira no cenário internacional também aumentou no cenário pós-crise, o que também provocou um ambiente de demanda maior do que oferta, neste tipo de produto, elevando preços.

Voltar ao topo