Um pacote que mexeu com todo País

SELO300706.jpgPoucas ações mexeram tanto com o bolso do leitor de O Estado do Paraná quanto o Plano Collor, adotado pelo governo Fernando Collor de Mello quando de sua posse, em 15 de março de 1990. E O Estado acompanhou passo a passo essa polêmica medida.

Em 1.º de março, O Estado noticiou que Zélia Cardoso de Melo seria a nova ministra da Economia e caberia a ela conduzir o pacote de mudanças. No dia seguinte, o jornal publicou as primeiras declarações de Zélia como ministra nomeada, sem antecipar o teor do pacote, ela previu medidas duras e corajosas, mas sem prejudicar o trabalhador, e garantiu que manteria seu dinheiro aplicado.

Nos dias que seguiram, o jornal tentou explicar que mudanças poderiam ser implantadas e anunciou um provável feriado bancário para o dia 15, para que as instituições financeiras pudessem se adequar à nova política econômica. No entanto, o feriado foi antecipado em um dia e pegou muitos cidadãos de surpresa. ?Bancos fecham para esperar Plano Collor?, era a manchete de O Estado do Paraná do dia 14 de março, que contava que os bancos não abririam as portas desde aquela quarta-feira, só retornando às atividades na segunda-feira. O jornal trazia a justificativa da ministra que disse ter solicitado o feriado bancário ao Banco Central para conter o ?movimento especulativo?.

No dia 15, as notícias da posse do novo presidente, eleito democraticamente depois de anos de ditadura, dividiu espaço com as informações sobre o tumulto e a apreensão de todos com o feriado bancário. ?Investidores e correntistas aflitos, patrões sem dinheiro para pagar seus empregados e trabalhadores sem recurso para o dia a dia?, destacava o caderno de economia do Estado.

?Uma cacetada. E que cacetada!? era a manchete do jornal no dia 17, que anunciava todo o conteúdo do plano, que confiscou a poupança dos brasileiros. ?Collor fere de morte o bolso de todo o País? era a chamada do caderno de Economia nesse dia. Todo o desdobramento do Plano Collor, que substituiu o Cruzado Novo pelo Cruzeiro e acabou fracassando, não conseguindo conter a inflação por muito tempo e levando o País a um estado de recessão, foi acompanhado de perto pelo jornal.

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