UBS é acusado de participação ativa em fraude

O representante das vítimas da fraude multibilionária promovida por Bernard Madoff, Irving Picard, abriu um processo em que pede uma indenização de US$ 2 bilhões ao UBS e acusa o banco suíço de ter participado ativamente do esquema Ponzi armado pelo ex-presidente da Nasdaq.

Em um processo no tribunal federal de falências de Nova York, Picard agrupou 23 acusações de fraude financeira e má administração contra o UBS e entidades relacionadas. Segundo ele, o banco “emprestou uma aura de legitimidade” para diversos fundos “feeder” – que realizam praticamente todos os seus investimentos por meio de outro fundo, chamado fundo mestre.

Picard afirmou ainda que, embora tenha evitado assumir responsabilidades legais pelas ações desses fundos, o UBS serviu como patrocinador e administrador dessas entidades. Ele acrescentou que o banco suíço permitiu que Madoff fosse responsável desses fundos feeder mesmo em meio a indícios de fraude. “O esquema de Madoff não poderia ter sido realizado se o UBS não tivesse concordado em fazer vista grossa, além de fingir que estava verdadeiramente garantindo a existência de ativos e transações quando, na verdade, nunca garantiu”, disse David Sheehan, advogado de Picard. Um porta-voz do UBS se recusou a comentar o assunto.

Em março de 2009, Madoff assumiu a culpa de ter criado um esquema de pirâmide multibilionário. Ele está cumprindo uma pena de 150 anos em uma prisão federal na Carolina do Norte. Picard tem um prazo legal até o mês que vem, dois anos após a prisão de Madoff, para submeter ao tribunal um pedido para recuperar o dinheiro de alguns dos investidores que retiraram recursos da empresa pouco antes do colapso.

O processo contra o UBS foi registrado sem alguns dados porque o banco classificou as informações sobre seu relacionamento com Madoff como confidencial, disse Picard. O curador acusa o UBS de “tentar esconder informações do público”. As informações são da Dow Jones.

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