Turbulência é normal, diz FHC

O presidente Fernando Henrique Cardoso considerou naturais e passageiras as recentes oscilações do mercado, com alta do dólar e aumento do risco Brasil. “Oscilações de curto prazo são típicas de funcionamento do mercado e as turbulências a que estejam reagindo são passageiras”, afirmou o presidente, por intermédio do porta-voz Alexandre Parola.
Ontem, extraordinariamente, Fernando Henrique participou da reunião da Câmara de Política Econômica, no Planalto, na qual as variações do mercado foram avaliadas. O presidente fez questão de ressaltar que “o processo sucessório está longe de ser concluído”.
“É importante dizer que os fundamentos da economia brasileira seguem sólidos”, garantiu o presidente. “A rigor, não há qualquer razão para não acreditar que o Brasil não terá condições políticas para seguir adiante no caminho das reforças que se têm traduzido, consistentemente, em um padrão de desenvolvimento sustentável, com estabilidade, em benefício de todos”, acrescentou o presidente, de acordo com o porta-voz, em uma tentativa de acalmar o mercado, que apresentou mais um dia de grandes oscila-ções e alta do dólar. “Em caráter mais específico, é preciso lembrar que o processo sucessório está longe de ser concluído.”
Fernando Henrique, evitou ainda responder diretamente às afirmações da embaixadora dos Estados Unidos, Donna Hrinak, de que a trajetória do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, é comparável à realização do sonho americano, preferindo comentar os avanços alcançados pela população brasileira nos últimos anos. “A pergunta é ampla, mas o fato é que os mais diversos índices traduzem melhoras substantivas em áreas chaves”, disse o porta-voz, acentuando que, “especificamente, no que concerne ao tema da mobilidade social, o presidente lembra que, se a sociedade brasileira, nos últimos anos, manteve intensa mobilidade social, sendo assim um fundamento concreto e prático dos sonhos de todos os americanos, do norte e do sul, no sentido de ampliar e aprimorar oportunidades de uma vida melhor para todos”.
Pouco antes, o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, disse que as medidas adotadas pelo Banco Central nos últimos dias foram “apropriadas” e considerou exagerada a reação do mercado relacionando resultados das pesquisas eleitorais com possível desempenho econômico do País no futuro. “Não tem de haver esse calor que está ocorrendo em relação às eleições. Essa é minha opinião, é a opinião do presidente, é a opinião do governo”, disse o ministro, depois de assegurar que a reunião da Câmara de Política Econômica foi de rotina, para avaliação de conjuntura, e que não teve por objetivo tomar qualquer decisão.

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