Transportes vão pressionar IPCA em fevereiro, diz IBGE

A coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes, afirmou hoje que os gastos com transportes e educação irão pressionar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em fevereiro. Em janeiro, as despesas com transportes subiram 1,55%, um salto ante o 0,29% de dezembro. O grupo foi o que mais contribuiu, com 0,29 ponto porcentual, para a inflação de 0,83% medida pelo IPCA em janeiro.

A alta se deve basicamente ao reajuste nas tarifas dos ônibus urbanos em quatro cidades (São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Salvador). Esses aumentos elevaram as despesas com ônibus urbanos em 4,13%. Eulina lembra que resíduos desses reajustes devem pesar sobre a inflação em fevereiro, visto que o índice em janeiro pegou apenas parte do aumento registrado em São Paulo, Salvador e Recife.

“As tarifas de ônibus urbanos são importantes por terem um impacto forte no bolso do brasileiro”, explicou. O grupo Educação será outro fator de pressão sobre a inflação em fevereiro.

Alimentos

Os preços de alimentos e bebidas voltaram a subir em janeiro, mas o ritmo foi menor. O item contribuiu com 0,27 ponto porcentual para a inflação de 0,83% registrada em janeiro pelo IPCA. Em dezembro, a contribuição foi 0,31 ponto porcentual.

Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, o arrefecimento da alta nas despesas com alimentos e bebidas se deve ao comportamento nos preços de carnes e feijões. “As carnes perderam o ritmo de alta. No ano passado, elas foram os vilões”, lembrou. Os preços das carnes caíram 0,19%, influenciados pelo freio no consumo dos produtos.

Eulina explica que a variação tem forte impacto no índice, visto que o item responde por 2,65% do IPCA. O feijão é outro item que ajudou na desaceleração do ritmo de alta da inflação. O preço da variedade carioca de feijão caiu 15,02% em janeiro, motivado pela maior oferta com a entrada da safra.

O que ajudou para a alta de preços em janeiro foram as hortaliças, puxadas pelas chuvas no Rio de Janeiro, que destruíram boa parte da produção. A maior alta foi do chuchu, que subiu 88,12% no mês passado.