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Setor automotivo vislumbra crescimento

O pacote de medidas anunciado pelo governo federal animou as revendas de automóveis quanto ao desempenho de vendas em dezembro. O setor, que, de acordo com a Fenabrave, registrou queda de 22,28% nas vendas em novembro, em relação a outubro, já vislumbra um crescimento de mais de 10% em dezembro.

Um dos motivos das perspectivas otimistas é a isenção do IPI. Segundo o diretor da Fenabrave no Paraná, Antônio Bordin Neto, o preço dos automóveis zero quilômetro pode cair de 5% a 10%. Bordin Neto conta que as vendas do setor já vinha apresentando uma melhora em dezembro, devido às promoções das fábricas para atrair o cliente.

“Depois de contabilizarmos a concretização de fatos negativos, com férias coletivas em montadoras e aumento de volume de produtos estocados, essa medida (redução do imposto) foi a melhor notícia que poderíamos receber”, comemora Bordin. O diretor da Fenabrave acredita que o reflexo da isenção do IPI já poderá ser conferido a partir de amanhã nas revendas.

Além da isenção do IPI, segundo Bordin, a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – cuja alíquota caiu pela metade, de 3% para 1,5% sobre o valor movimentado – deve impactar diretamente na parcela dos financiamentos e estimular o consumo.

“Além disso, a taxa de juros praticada no mercado também começa a cair e o baixo nível de aprovação do crédito está voltando ao normal”, afirma. Segundo Bordin, estes fatores devem ajudar o consumo.

Mesmo com o otimismo do setor automotivo, para outros representantes da cadeia produtiva, as medidas podem não ser suficientes. Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná, Roberto Karam, a taxa de juros ainda pode segurar o consumo.

Segundo ele, a taxa média do juro real está na cada dos 6,5% ao mês. “O consumidor é que é a chave dessa crise. Se ele não tiver poder de compra, as medidas do governo não terão o efeito que deveriam ter”, afirma.